
O que você vai ser quando crescer? Uma criança provavelmente não hesitaria diante da pergunta e, caso fosse menino, responderia algo como astronauta, bombeiro ou piloto de avião. Mas os anos passam, os sonhos da infância muitas vezes ficam para trás e os adolescentes se deparam com o vestibular além de uma infinidade de opções profissionais. Se há alguns anos havia um pequeno leque de possibilidades, existem hoje no Brasil 585 carreiras universitárias reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC).
Para tentar ajudar os jovens nessa fase da vida estudantil, a empresa de promoções e produções artísticas Casdart leva para o palco (e para pátios, salas de aula e até refeitórios) os dilemas vivenciados no momento da escolha profissional. Por meio do projeto Teatro para Adolescentes 2 aprovado pelo Ministério da Cultura, pela Lei de Incentivo à Cultura e patrocinado pelo Grupo Eternit S.A. , estão sendo realizadas 44 apresentações gratuitas do espetáculo O que você vai ser quando crescer? em escolas estaduais de Curitiba e região metropolitana. "Sabemos o quanto os alunos de escola pública saem em desvantagem em relação aos alunos de escolas particulares, não só na preparação para o vestibular, como pela falta de orientação profissional. Normalmente as escolas particulares oferecem esse tipo de serviço para os seus alunos", explica Darla Queiroz, atriz e autora do texto do espetáculo.
Em cena, quatro atores conversam sobre assuntos típicos do período, como testes vocacionais, escolhas equivocadas e influência dos pais na decisão dos filhos. Na plateia, estudantes se identificam com as situações representadas. "Meu pai gostaria que eu fizesse Direito, porque é um curso bem abrangente. Eu disse que não queria e ele pediu para que eu escolhesse, então, algo que pelo menos desse dinheiro", diz Amanda Cristina Pacheco, 15 anos, aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Paula Gomes, em Curitiba. A estudante conta que decidiu este ano prestar vestibular para Zootecnia.
A interferência externa na escolha profissional também esteve presente na vida da atriz Fabi Pifer, 24 anos, integrante do projeto. Ela conta que foi pressionada pela família a fazer Administração para ajudar na empresa do pai. "Prestei vestibular na FAE, mas boicotei a prova para não passar. Desde criança queria ser atriz, mas nunca tive apoio", afirma. Como plano B ao trabalho nos palcos, ela decidiu estudar Publicidade e Propaganda. Formada em 2005, nunca exerceu a profissão. "Sempre atuei como atriz. Faz um ano que a empresa do meu pai fechou e estou ajudando em casa com o dinheiro que recebo com o meu trabalho. Agora é que a minha família está valorizando a minha profissão", afirma.
Um longo namoro
O objetivo das apresentações é incentivar o aluno do ensino médio a buscar informações e analisar os prós e os contras da profissão com que acredita ter afinidade. "Escolher a profissão ideal é como escolher a mulher da sua vida. É preciso namorar muito antes de casar", dizem os atores em cena. Na vida real, porém, a escolha da carreira nem sempre é feita de forma consciente, como mostra a história de Cássio Carvalho, ator e diretor do espetáculo. Ele morava em Cascavel e aos 18 anos veio para Curitiba fazer terceirão. Mas acabou não levando os estudos a sério. "Meu pai me deu uma intimada. Durante um feriado em que viajei para casa, ele disse que eu não voltaria mais para Curitiba. Combinei com ele, então, que iria prestar vestibular na PUCPR e na UFPR e, se passasse, ele me deixaria ficar", conta.
Para garantir a aprovação, Cássio optou pelo curso que apresentava a menor concorrência da PUCPR na época: Artes Cênicas. "No ano anterior, a concorrência havia sido de 0,68 candidatos por vaga. Eu nunca tinha ido ao teatro antes de começar a faculdade, mas acabei me encontrando dentro do curso", diz ele, que apesar de ter acertado na escolha não aconselha ninguém a fazer o que fez. "A gente nem sempre pode contar com a sorte", alerta Darla.
Serviço
Escolas interessadas na apresentação do espetáculo podem procurar a Casdart Promoções e Produções Artísticas pelo telefone (41) 3273-3421 e pelo e-mail casdart@casdart.com.br



