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Processo seletivo

Vestibular da UFPR terá dois sistemas de cotas

Candidatos cotistas deverão optar por qual regra querem concorrer à vaga: o da universidade ou o da lei de cotas

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Os candidatos aprovados na primeira fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que fizeram o ensino médio em escolas públicas terão uma difícil escolha a fazer: migrar ou não para o sistema previsto na Lei das Cotas, sancionada em 29 de agosto pela presidente Dilma Rousseff. A instituição terá de aplicar uma parte da nova norma já nesse ano, mas, para beneficiar um número maior de alunos e manter a sua autonomia, continuará a oferecer o seu próprio sistema de cotas.

O anúncio foi feito ontem pelo reitor, Zaki Akel Sobrinho, e representantes do Núcleo de Concursos (NC) da UFPR. "Não haverá redução das vagas para a concorrência geral, essas vagas serão respeitadas. O sistema do governo será contemplado dentro dos 40% de vagas já reservadas para cotistas na UFPR", explicou Akel Sobrinho.

Veja um infográfico sobre o novo sistema de cotas.

Decisão difícil

Para mudar de categoria de cotas, os estudantes que quiserem concorrer às vagas reservadas pela lei federal poderão entrar no site do NC e fazer um recadastramento em 27 de novembro, dia seguinte à publicação da lista dos aprovados na primeira fase, até 29 de novembro. A complexidade da decisão exigida aos candidatos consiste no fato de que não é possível prever quantos alunos irão querer aproveitar essa oportunidade. Para facilitar, o NC fará simulações da divisão das vagas pelas cotas para cada curso no site.

A lei federal exige que as universidades federais ofereçam já neste ano 12,5% das vagas para estudantes oriundos de escolas públicas no ensino médio e que, metade delas, seja destinada àqueles com renda per capita familiar de até 1,5 salário mínimo (R$ 933). Além disso, dos 12,5%, é preciso reservar 31% de vagas para negros, pardos e indígenas.

Nesse cenário, como são ainda poucas as vagas nessa categoria, se muitos estudantes migrarem ao sistema federal, a concorrência entre esses cotistas poderá ser maior do que a do sistema de cotas da UFPR. Nesse caso, o benefício de ter prioridade na escolha das vagas pode não ser suficiente para conquistar um lugar na universidade.

No caso dos afrodescendentes e alunos que já são beneficiados pelo sistema de cotas da UFPR – que é mais exigente do que a norma federal, por exigir que o aluno tenha estudado toda a educação básica na rede pública –, também é difícil avaliar se a mudança valerá a pena. Hoje a universidade destina 20% de vagas para cotas raciais e 20% para cotas sociais, mais do que o previsto pela lei federal. A alteração só será benéfica se a concorrência pela lei federal for menor – o que é impossível prever.

"É difícil dizer se é vantagem ou não [optar por um ou por outro]. É a primeira vez que a gente utiliza esse sistema e não temos a mínima ideia do que vai acontecer, pois não podemos prever a escolha dos candidatos", disse Raul Von der Heyde, coordenador do NC.

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