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Estímulos e respostas rápidas são a base de uma abordagem de ensino que busca resolver problemas de disciplina, aumentar o engajamento dos alunos e criar uma atmosfera empolgante na sala de aula. A abordagem conhecida como “Whole Brain Teaching” (“ensino do cérebro inteiro”, em tradução livre) visa estimular diversas áreas do cérebro para aumentar o nível de atenção dos estudantes e maximizar a aprendizagem. 

A proposta criada pelo educador Chris Biffle busca incorporar simultaneamente todos os modos de aprendizagem: visual, auditivo, oral e sinestésico. O objetivo é alcançar o estímulo e envolvimento máximo dos estudantes, levando a uma diminuição dos problemas de disciplina que atrapalham o processo de ensino e aprendizagem. 

“Muitas vezes, no ensino tradicional, você está apenas dando palestras, você está falando e falando”, disse a professora Jasselle Cirino em entrevista à emissora norte-americana PBS

“Quanto mais você fala, mais estudantes você perderá. Então usamos métodos diferentes para envolver várias partes do cérebro. E dessa forma, ganhamos 100% de participação.” 

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Publicado por Gazeta do Povo em Segunda, 20 de novembro de 2017

Estímulo e resposta 

Para prender a atenção dos alunos, são utilizadas quatro ferramentas básicas, chamadas “The Core Four” (“Os Quatro Principais”, em tradução livre), baseadas em estímulos e respostas. A mais utilizada consiste em o professor falar “classe” e os alunos responderem “sim” – a resposta deve ser dada no mesmo tom e ritmo utilizado pelo professor. Com isso, o professor se assegura de que os estudantes estão atentos e envolvidos com o seu discurso. 

“Essa técnica ativa o córtex pré-frontal, que toma as decisões do cérebro. Então isso diz ‘Ei, preste atenção, estou prestes a falar algo importante’”, explica Jassele. 

Outra ferramenta comum de whole brain teaching é a adoção da aprendizagem ativa: após a explicação do professor, os alunos se dividem em pequenos grupos e explicam a lição para os seus colegas. Observando o modo como os estudantes sintetizam e repassam as informações com as próprias palavras, o professor pode avaliar o seu nível de entendimento e analisar a necessidade de revisões ou retomada de conteúdos. 

“Eles têm outra repetição do material, mas, desta vez, em suas próprias palavras. E eles estão aprendendo a explicar com suas próprias palavras”, diz Jassele. “Você está escrevendo, você está gesticulando, então você está lembrando isso em diferentes partes do cérebro. Você não está apenas ouvindo. Você também está falando. Você precisa fazer todas essas coisas de uma só vez para envolver todo o cérebro”, explica ela.

As outras duas ferramentas são o espelhamento de gestos e frases do professor pelos alunos, utilizado para fixar instruções e detalhamento de processos para atividades específicas, e a chamada “mãos e olhos”, em que os estudantes devem unir as mãos e olhar diretamente para o professor para maximizar a atenção dedicada a explicações importantes. 

O ponto comum é a busca pelo envolvimento dos alunos com o professor para um maior engajamento com as atividades realizadas na sala de aula. Com isso, o nível de atenção aumenta e o processo de ensino e aprendizagem é facilitado. 

Controvérsia 

A abordagem gera controvérsias entre especialistas da área. O uso de um termo que faz referência à neurociência é apontado como um equívoco – a revista de ciência e tecnologia Discover comparou as explicações neurocientíficas de whole brain teaching a uma técnica pseudocientífica popularizada na década de 1980, a Brain Gym. 

Apesar da polêmica em relação à base científica da abordagem, os benefícios de um maior envolvimento dos alunos são consenso. “Muitas das coisas que eles recomendam são auxiliares de ensino e exercícios de sala de aula e, sem dúvida, são úteis”, diz a análise publicada na revista Discover

“Além disso, fatores psicológicos como a motivação dos professores, o envolvimento dos alunos e uma atmosfera positiva são vitais para o aprendizado, e não importa se você os atingir através de truques de neurociência, eles ainda vão ajudar, diz ainda a publicação.

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Publicado por Gazeta do Povo em Sexta, 3 de novembro de 2017
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