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Ciro vai para a sua quarta candidatura presidencial
Ao lado da esposa Giselle, Ciro Gomes discursou para filiados na convenção nacional do PDT| Foto: Mariana Alves Fotografia/PDT

Confirmado pelo PDT como candidato à Presidência da República, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes agradeceu a confiança do partido em um longo discurso proferido diante de dezenas de correligionários, em Brasília. Ao lado da esposa Giselle, Ciro disse que é movido por "fé, paixão, coragem e desafio" ao se lançar em mais uma corrida presidencial e relembrou sua trajetória política, de prefeito de Sobral (CE) a governador do seu estado.

Ao longo de quase uma hora, Ciro disparou críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual, Jair Bolsonaro (PL), atacou o mercado financeiro e o chamado "orçamento secreto", e prometeu revogar a política de paridade de preços da Petrobras e o teto de gastos, e taxar grandes fortunas.

Ciro disse que é o candidato que se opõe a um sistema "neoliberal" que estaria em vigor no Brasil desde o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992). Ele chamou Collor e os demais presidentes que o sucederam – Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula, Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Bolsonaro – de "serviçais dos mesmos patrões", que seriam os especuladores do mercado financeiro. O candidato do PDT poupou de críticas apenas o ex-presidente Itamar Franco (1992-1994), de quem foi ministro da Fazenda.

Como exemplos desse "sistema neoliberal", Ciro citou a atual política de preços da Petrobras e o teto nos gastos públicos. O candidato disse que extinguirá ambos nos momentos iniciais de um eventual governo. Ele também afirmou que se empenhará para o fim da reeleição. "Será o fim desta praga que está matando a democracia brasileira", exclamou.

A equiparação entre Lula e Bolsonaro apareceu em outros momentos do discurso de Ciro. Segundo o candidato do PDT, o ex-presidente e o atual estão preocupados em se chamar de "fascista" e "comunista", e não em apresentar propostas para a recuperação econômica do país.

"O Brasil vive a pior crise de sua história e dois dos principais responsáveis por ela estimulam uma polarização vulgar, personalista e odienta, um alimentando o outro, um agredindo moralmente o outro, reduzindo tudo a uma trágica e ridícula disputa pessoal", afirmou.

Ciro disse não identificar nas falas de Lula e Bolsonaro sugestões concretas para temas como saúde e educação. O candidato do PDT declarou que Bolsonaro utiliza o Palácio do Planalto como "pocilga".

O ex-ministro repetiu um argumento usado por ele em outras ocasiões, o de que a ascensão de Bolsonaro à Presidência da República seria um resultado de equívocos cometidos pelo PT. "Em 14 anos no poder, o lulopetismo conseguiu parir Bolsonaro", declarou.

Segundo Ciro, Lula e Bolsonaro querem transformar a eleição de 2022 na "mais vazia de debates e de confronto de ideias de todos os tempos". "Os dois disputam entre si quem é o mais corrupto, quem é o mais autoritário, quem é o mais fascista, quem é o mais comunista", atacou.

Ciro defende "Projeto Nacional de Desenvolvimento"

Por fim, Ciro vendeu o próprio "peixe" colocando-se como o único candidato capaz de furar a polarização Lula-Bolsonaro e propôs um plano, chamado de Projeto Nacional de Desenvolvimento, para "vencer inúmeros desafios" no Brasil de hoje. "Eu quero unir o país em torno de um novo projeto e não em torno da minha pessoa. Tenho trabalhado este projeto há anos, com a ajuda de centenas de estudiosos de várias áreas e correntes", afirmou.

Ciro disse em seu discurso que o "PND baseia-se no capitalismo, no livre mercado e na democracia", mas também em um "Estado vigoroso, indutor de crescimento econômico e da justiça social".

"Só se pode unir verdadeiramente um país, e garantir paz duradoura, em torno de um novo projeto e de novas ideias. E só podemos salvar o Brasil se sairmos do atual modelo econômico e se aniquilarmos a forma corrupta de governar", disse.

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