• Carregando...
fernando haddad
Fernando Haddad (PT) afirmou que o programa de governo do partido para São Paulo é abrangente o suficiente para “mobilizar mentes e corações paulistas.”| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, falou sobre as dificuldades do partido com o eleitorado do estado, criticou o aumento de impostos promovido pelo ex-governador João Doria (PSDB) e garantiu que não irá privatizar a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). O candidato do ex-presidente Lula no estado foi entrevistado durante 1h30 nesta quarta-feira (17) durante sabatina promovida pelo jornal O Globo, Valor e CBN.

Ao ser questionado sobre o histórico de seu partido em São Paulo, uma vez que o PT nunca venceu uma eleição para o governo, mesmo quando teve a presidência da República ou o comando de alguma cidade importante no estado, Haddad afirmou que essa experiência traz muito aprendizado e disse acreditar que, dessa vez, o PT “acertou a mão” em seu plano de governo.

“O PT teve uma dificuldade programática de dialogar com todo o estado, justamente por ter conversado muito com as grandes cidades de São Paulo, já governadas pelo partido. Mas acho que faltava um discurso mais abrangente sobre o estado. Creio que nós acertamos a mão no nosso programa de governo e no arco de alianças que conseguimos patrocinar de um ano e meio para cá", afirmou o petista.

"Foi uma engenharia política complexa. Exigiu muito esforço, paciência e boa vontade de todos nós. Mas penso que o arco de aliança que contemplamos agora é inédito na história de São Paulo. Acredito que meus dois principais adversários estão um pouco isolados em relação à representatividade. Penso que o nosso programa de governo é abrangente o suficiente para mobilizar mentes e corações paulistas”, disse Haddad.

Privatização da Sabesp está descartada

Ao falar sobre concessões, Haddad afirmou que não pretende privatizar a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) caso seja eleito governador e criticou seus concorrentes por não assumirem qualquer compromisso nesse sentido. “Primeiro eu não vou privatizar a Sabesp. Já quero deixar claro aqui que o Rodrigo (Garcia) e o Tarcísio (de Freitas) escamoteiam. Não assumem compromisso. Eu não vou privatizar a Sabesp. Ela vai se manter pública e de capital aberto, porque eu consigo fazer tudo o que preciso na Sabesp com o capital aberto. Eu posso pegar empréstimo, eu posso emitir ações, eu posso emitir debênture, fazer parceria público-privada. Eu posso fazer tudo com a Sabesp do jeito que ela está organizada. Eu não preciso vender o controle da Sabesp e não vou vender enquanto eu for governador. Não há hipótese do sujeito tomar um susto na conta de água como tomou na conta de energia elétrica quando a energia foi privatizada”, criticou o petista.

Renúncia fiscal

Ao falar sobre suas propostas para a gestão fiscal do estado, Haddad afirmou que pretende reduzir tributos sobre os produtos da cesta básica e criticou o ex-governador João Dória. “Temos um problema de guerra fiscal. E São Paulo cometeu uma atrocidade, que foi em meio a uma guerra fiscal, aumentar o ICMS durante uma pandemia. O Doria e o Rodrigo (Garcia) cometeram um erro básico”, criticou Haddad. “Foi uma loucura o que foi feito. Vou rever o que foi feito, sobretudo quando diz respeito aos produtos básicos. Eu vou rever tudo o que for da cesta básica eu vou ter que rever”, afirmou o petista, prevendo suas ações em uma eventual gestão. Haddad disse ainda ser favorável a taxação sobre herança, sobretudo das grande fortunas.

Sabatinas

O Globo, Valor e CBN irão realizar sabatinas com alguns candidatos ao governo dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As entrevistas com os três candidatos ao governo de São Paulo mais bem colocados na pesquisa Datafolha** de 30 de junho aconteceram na segunda-feira (15), com a participação do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), na terça (16), quando foi entrevistado o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) e hoje com a entrevista de Fernando Haddad (PT).

Também serão ouvidos os candidatos à presidência da República a partir do dia 22 de agosto. Foram convidados para a série Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Pablo Marçal (PROS). Os presidenciáveis chamados eram os cinco primeiros colocados na pesquisa Datafolha de 28 de julho*. As entrevistas vão começar sempre às 10h30, terão 1h30 de duração e serão presenciais.

Metodologias das pesquisas

*Datafolha de 28 de julho sobre a corrida presidencial: O Datafolha entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. Confira a pesquisa completa. **Datafolha de 30 de junho sobre o governo de São Paulo: O Datafolha entrevistou 1.806 pessoas por entrevista, entre os dias 28 e 30 de junho. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%, sob o registro na Justiça Eleitoral com os números SP-02523/2022. Confira a pesquisa completa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]