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Lula ao lado de André Ceciliano (à esquerda) e de Marcelo Freixo (à direita).
Na reta final, Lula tenta alavancar candidatura de André Ceciliano (à esq.) ao Senado e de Marcelo Freixo (à dir.) ao governo do Rio de Janeiro| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparou para esta sexta-feira (30) uma última ofensiva em três estados no intuito de alavancar as candidaturas de aliados antes do primeiro turno. As agendas, definidas de última hora, vão ocorrer no Rio de Janeiro, na Bahia e no Ceará.

A maratona do ex-presidente vai começar ainda pela manhã no Rio de Janeiro ao lado de Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo, e de André Ceciliano (PT), que disputa o Senado no estado.

Apesar do crescimento de Lula nas pesquisas no reduto da família do presidente Jair Bolsonaro (PL) na reta final do primeiro turno, o ex-presidente não conseguiu uma transferência de votos para os aliados. De acordo com o levantamento do Ipec divulgado na terça-feira (27), Lula tem 42% das intenções de voto no Rio, contra 36% de Bolsonaro. Por outro lado, o atual governador do Rio e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL), apareceu com 38%, enquanto Freixo somou 25%. Considerando os votos válidos, quando se excluem brancos e nulos, Castro chega a 48% das intenções de voto.

Apesar disso, a campanha de Lula acredita que a presença do petista na cidade faltando dois dias para o primeiro turno pode dar musculatura para Freixo. Na avaliação dos petistas, uma eventual vitória de Lula no primeiro turno pode ampliar as chances de Freixo virar a disputa em um eventual segundo turno.

"A transferência de voto não é uma coisa automática. Se fosse assim, seria muito fácil, mas não é. É um processo de maturação (...). Quem tiver que mudar de voto vai mudar. Quem quer se abster vai tomar decisão. Esse é um processo", disse Lula recentemente.

Na Bahia, Lula quer levar petista ao segundo turno

Assim como no Rio de Janeiro, Lula vai à Bahia nesta sexta (30) no intuito de evitar a derrota de seu aliado ao governo estadual ainda no primeiro turno. Quarto maior colégio eleitoral do país, com mais de 11 milhões de eleitores, o estado é considerado um dos principais redutos eleitorais do PT. 

De acordo com o último Ipec, divulgado no último dia 23, o Lula tem uma vantagem de 47 pontos percentuais sobre Bolsonaro na Bahia. A pesquisa mostrou Lula com 65%, contra 18% para Bolsonaro. Apesar disso, o candidato do PT ao governo baiano, Jerônimo Rodrigues, aparece atrás do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil).Ainda de acordo com o Ipec, ACM Neto tem 47% das intenções de voto, contra 32% de Rodrigues.

Apesar da liderança, o levantamento mais recente mostrou uma queda de nove pontos percentuais do candidato do União Brasil, que na pesquisa anterior tinha 56%. Por outro lado, o candidato do PT subiu 19 pontos percentuais, já que na pesquisa anterior tinha apenas 13%.

O PT governa a Bahia há 16 anos e acredita que pode conquistar mais um mandato caso Rodrigues consiga levar a disputa para o segundo turno. “Para consagrar a virada e a vitória, ele vem aí. Sexta tem Lula na Bahia”, anunciou Jerônimo nas redes sociais. 

Petistas do estado vinham pressionado para que Lula visitasse a Bahia, mas o ex-presidente havia priorizado o Sudeste. A última vez que ele esteve na capital baiana foi no dia 2 de julho, quando participou de cortejo em comemoração à Independência – a Bahia celebra a Independência do Brasil nessa data, quando tropas portuguesas contrárias à emancipação dos brasileiros foram expulsas do estado. Com essa última agenda, os petistas acreditam que será possível de consolidar o que acreditam ser “uma virada”.

No Ceará, Lula pretende crescer sobre o eleitorado de Ciro

Para finalizar o dia, o ex-presidente Lula desembarca no Ceará, reduto do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT). A agenda ocorre em meio à desidratação de Ciro na região e no momento em que o candidato do PDT ao governo estadual foi ultrapassado pelo candidato do PT.

A última pesquisa Ipec, divulgada no dia 22, mostrou que Lula cresceu seis pontos nas últimas semanas, saltando de 57% para 63% das intenções de voto. Já Bolsonaro ficou estável, dentro da margem de erro, de três pontos para mais ou menos, e oscilou de 19% para 18%. Por outro lado, Ciro Gomes caiu de 14% para 10% no levantamento atual.

Nas eleições de 2018, o Ceará foi o único estado em que Ciro Gomes venceu na eleição de primeiro turno. Na ocasião, o presidenciável, que governou o estado, atingiu 41% dos votos válidos.

Além da desidratação de Ciro Gomes, o candidato do PDT ao governo do Ceará, Roberto Claudio, foi ultrapassado pelo candidato petista Elmano de Freitas. Ainda de acordo com o Ipec, Elmano tem 30%, Capitão Wagner (União Brasil) tem 29%, e Roberto Cláudio 22%. A candidatura de Elmano foi lançada depois de um racha entre petistas e pedetistas no estado – eles mantinham uma aliança de muito tempo. O rompimento ocorreu depois que Roberto Claudio foi escolhido como candidato em vez da atual governadora Izolda Cela (PDT), que pleiteava um novo mandato.

A disputa tem provocado um racha inclusive entre a família de Ciro Gomes, já que os irmão do presidenciável – o senador Cid Gomes (PDT) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT) – já sinalizam apoio ao nome do petista Elmano Freitas. Recentemente, em entrevista ao O Antagonista, Ciro Gomes classificou a movimentação como uma "facada nas costas".

Agora, a avaliação da campanha de Lula é de que a visita do petista ao Ceará pode ampliar as possibilidades de Elmano Feitas ir ao segundo turno. Paralelamente, os aliados esperam que o candidato do PT à Presidência consiga atrair parte do eleitorado de Ciro Gomes.

Aliados questionam ausência de Lula em no Nordeste

Assim como na Bahia, aliados de outros estados do Nordeste questionam a ausência de Lula na região durante todo o primeiro turno. A avaliação é de que um maior engajamento do petista poderia ter dado mais musculatura aos candidatos aos governos em estados como Pernambuco e na Paraíba, por exemplo. 

Em Pernambuco, a deputada Marília Arraes (SD) lidera nas pesquisas, com quase o triplo de intenções de votos do deputado Danilo Cabral (PSB), nome de Lula ao Palácio das Princesas. De acordo com o Ipec, da última terça-feira (27), Marília Arraes somou 34%, enquanto Cabral apareceu em quarto lugar com 13%. Mesmo sem ser a candidata oficial de Lula no estado, a parlamentar tem associado sua imagem à do ex-presidente na campanha.

Na Paraíba, o atual governador João Azevêdo (PSB) é favorito à reeleição, com o dobro das intenções de voto do senador Veneziano do Rêgo (MDB-PB), candidato lulista. Pesquisa Ipec, do último dia 22, mostrou Azevêdo na liderança, com 35%, enquanto o emedebista apareceu em terceiro, com 15%. 

A ausência de Lula em estados do Nordeste durante todo o primeiro turno frustrou os aliados de diversos partidos. Apesar disso, integrantes do PT avaliam que o ex-presidente tem uma situação confortável na região e precisava priorizar o Sudeste, onde enfrenta uma disputa mais acirrada contra Bolsonaro.

Metodologia das pesquisas citadas na reportagem 

A pesquisa Ipec, encomendada pela TV Globo, ouviu 2 mil eleitores do Rio de Janeiro, no período de 24 a 26 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais e nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no   Tribunal Superior Eleitoral sob os protocolos BR-09459/2022 e RJ-00773/2022. 

O levantamento Ipec, encomendado pela TV Bahia, ouviu 1.504 pessoas, entre os dias 20 e 22 de setembro, em 72 cidades do estado. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BA - 05576/2022 e BR - 04999/2022. 

No Ceará, a pesquisa Ipec, encomendada pela TV Verdes Mares, ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 e 21 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O estudo foi registrado na Justiça Eleitoral sob os números CE-03914/2022 e BR-02694/2022. 

Em Pernambuco, a pesquisa Ipec, encomendada pela TV Globo, ou 1.504 eleitores do estado entre os dias 24 a 26 de setembro de 2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-02828/2022. 

Na Paraíba, a pesquisa ouviu 800 pessoas entre os dias 19 e 21 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O levantamento, encomendado pela TV Cabo Branco, foi registrado na Justiça Eleitoral sob os protocolos PB-01979/2022 e BR-03015/2022.

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