A mais recente pesquisa de intenções de votos da Quaest*, divulgada na última semana, mostrou um empate quádruplo na liderança pela prefeitura de Curitiba nas eleições de 2024. Eduardo Pimentel (PSD), Roberto Requião (Mobiliza), Luciano Ducci (PSB) e Ney Leprevost (União Brasil) lideram a preferência dos eleitores curitibanos em um pleito ainda polarizado e nacionalizado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
A votação no segundo turno da eleição presidencial em 2022 na capital paranaense deu ampla vantagem a Bolsonaro, que somou 64,78% dos votos válidos, contra 35,22% de Lula. Um cenário que daria agora, em 2024, uma margem positiva aos candidatos alinhados com o ex-presidente e que estão mais à direita do espectro político. Entretanto, as candidaturas mais alinhadas à esquerda estão conseguindo avançar também entre os eleitores de Bolsonaro.
O principal exemplo é do candidato à prefeito Requião, que somou 18% na pesquisa estimulada, um percentual que não havia atingido em levantamentos anteriores. De acordo com a Quaest, entre os entrevistados que votaram em Bolsonaro, 11% votariam em Requião, um aliado histórico de Lula. Mas a maior representatividade de Requião vem mesmo dos eleitores do presidente: entre aqueles que votaram nele em 2022, 31% disseram que pretendem votar em Requião.
Cenário semelhante acontece com Luciano Ducci, que está coligado com o PT e tem o deputado estadual Goura (PDT) como candidato a vice. Ducci somou 18% na pesquisa. Entre os eleitores de Lula, ele tem 20% das intenções de voto e entre os eleitores de Bolsonaro vai a 17%, atrás somente dos 27% do atual vice-prefeito Eduardo Pimentel, apoiado pelo ex-presidente — o vice da chapa é Paulo Martins (PL), um dos símbolos do bolsonarismo em Curitiba, que foi o segundo candidato mais votado para o Senado no Paraná em 2022 — e que marcou 19% na pesquisa.
Entre os eleitores de Bolsonaro, as intenções de voto são mais pulverizadas nas candidaturas de direita. Além de Pimentel, Ney Leprevost tende a receber votos de quem votou no ex-presidente na última eleição, mesmo com Rosangela Moro (União Brasil) como vice — ela é esposa do senador Sergio Moro (União Moro), que deixou o governo anterior fazendo críticas a Bolsonaro. Pela pesquisa da Quaest, Leprevost tem 14% das intenções de voto do eleitorado na capital paranaense, sendo que 15% são de quem votou em Bolsonaro na última eleição.
A pulverização dos eleitores de Bolsonaro fica mais nítida na candidatura de Cristina Graeml (PMB), que se coloca como a única alternativa conservadora à prefeitura de Curitiba. Ela somou 4% na pesquisa, muito em função dos eleitores de Bolsonaro. De quem votou nele em 2022, 8% dizem que pretendem votar nela em 2024. Nesse caso, o espectro político é decisivo: ninguém que votou em Lula em 2022 disse à Quaest que tem a intenção de votar em Cristina Graeml.
Curitibano prefere um prefeito independente de Lula e Bolsonaro
O voto para presidente em 2022 não tende a ser o principal motivo para a escolha de um dos candidatos em Curitiba. O levantamento da Quaest mostrou que 54% dos entrevistados gostariam que o prefeito eleito fosse independente. Já os que responderam que gostariam que fosse aliado de Bolsonaro somaram 27% e os de Lula foram 18%.
Nesse aspecto, Ducci e Requião conseguem avançar do outro lado do espectro político. Dos que gostariam de um prefeito aliado de Bolsonaro, Ducci tem 14% e Requião 13%, os mesmos 13% de Leprevost e acima dos 11% de Graeml. Nesse lado, Pimentel leva 27%. Já entre os que gostariam que o prefeito fosse aliado de Lula, Roberto Requião dispara com 35%, contra 23% de Ducci, acima de Leprevost (11%) e Pimentel (6%).
*Metodologia da pesquisa citada: 900 entrevistados pela Quaest entre os dias 24 e 26 de agosto de 2024. A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense SA (RPC). Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº PR-06447/2024.
Quais ONGs cooperaram com Moraes e são alvo do Congresso nos EUA
MST elege 133 candidaturas entre militantes próprios e políticos apoiadores da causa
Lula põe o comércio exterior brasileiro a serviço de terroristas e assassinos
Censura ineficaz: banimento do X no Brasil teve impacto mínimo no uso da rede social
Deixe sua opinião