Os candidatos Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) vão disputar o segundo turno em Porto Alegre nas eleições municipais de 2024. O atual prefeito busca o segundo mandato consecutivo, enquanto a deputada federal tenta recolocar o PT na prefeitura da capital gaúcha após 20 anos. A votação do segundo turno está marcada para 27 de outubro.
Após apuração de 100% dos votos, o resultado das eleições em Porto Alegre neste domingo (6) indicou Melo com 49,72% (345.420 votos), e Maria do Rosário com 26,28% (182.553 votos).
Os porto-alegrenses foram às urnas ainda sob impacto das enchentes que assolaram não só a capital, mas todo o Rio Grande do Sul, especialmente em maio deste ano. Não por acaso, esse tema foi exaustivamente falado por todos os candidatos ao longo da campanha eleitoral. Em sabatinas e debates, os postulantes ao cargo de prefeito buscaram expor suas ideias para resolver esse problema.
Sebastião Melo, por ser o prefeito em exercício, foi constantemente criticado pelos adversários. Juliana Brizola (PDT), por exemplo, disse que ele “não conseguiu preparar a cidade para novas chuvas”. Em sua defesa, Melo afirmou que a prefeitura já orçou as obras necessárias, mas que depende de recursos do governo federal para seguir adiante.
Outro assunto que permeou a campanha foi a concessão à iniciativa privada do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Melo chegou a elaborar um plano de concessão parcial, mas o projeto não foi pra frente.
Mesmo assim, ele seguiu defendendo a entrada de uma empresa privada para cuidar, especialmente, da distribuição e coleta e tratamento do esgoto — a captação e o tratamento da água seguiriam com o poder público.
O candidato do Novo, Felipe Camozzato, também defendeu a concessão. Por outro lado, Maria do Rosário (PT) destacou que o Dmae exerce uma “missão pública” e que não deve ser passado à iniciativa privada. Da mesma forma, Juliana Brizoa se colocou contra a concessão, sob a justificativa de que o Dmae presta serviços essenciais e dá lucro.
Três candidaturas, três posicionamentos
À parte dos principais assuntos da cidade, a campanha se desenhou com três principais grupos. O atual prefeito, posicionado à direita no espectro político, contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou Betina Worm (PL) como vice na chapa de Melo.
Bolsonaro chegou a ir a Porto Alegre para oficializar a vice, mas depois não retornou à capital gaúcha. Ele sequer foi usado como um possível trunfo na propaganda eleitoral gratuita. A coligação foi ainda formada por PP, Republicanos, PSD, Solidariedade, PRD e Podemos.
Em contraponto à candidatura de direita, Maria do Rosário liderou uma frente de esquerda que ainda tinha PCdoB, PV, Rede, PSB e Psol — a vice Tamyres Filgueira vem deste último partido. E, da mesma forma que Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pouco apareceu. Ele não esteve em Porto Alegre em momento algum da campanha, limitando-se a aparecer nas peças de televisão.
Entre os grupos de Melo e Maria do Rosário esteve Juliana Brizola, seguindo os passos do avô Leonel Brizola. A deputada estadual construiu uma composição de centro, junto com o União Brasil, que indicou Thiago Duarte para a vaga de vice, além do PSDB e do Cidadania. Esses dois últimos partidos, porém, não entraram na campanha e flertaram mais com a reeleição de Melo — os partidos são, hoje, da base do governo local — do que com a pedetista.
Veja o resultado da eleição em Porto Alegre com 100% das urnas apuradas
- Sebastião Melo (MDB): 49,72% (345.420 votos);
- Maria do Rosário (PT): 26,28% (182.553 votos);
- Juliana Brizola (PDT): 19,69% (136.783 votos);
- Felipe Camozzato (Novo): 3,83% (26.603 votos);
- Luciano do MLB (UP): 0,21% (1.476 votos);
- Fabiana Sanguiné (PSTU): 0,17% (1.163 votos);
- Carlos Alan (PRTB): 0,07% (483 votos);
- Cesar Pontes (PCO): 0,03% (204 votos);
- Nulos: 3,33% (25.012 votos);
- Em Branco: 4,18% (31.379 votos).
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Toffoli se prepara para varrer publicações polêmicas da internet; acompanhe o Sem Rodeios
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Brasil cai em ranking global de competitividade no primeiro ano de Lula
Deixe sua opinião