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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).| Foto: Ricardo Stuckert/PT.

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri negou um pedido feito pela Coligação Brasil da Esperança, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta desinformação ao divulgarem um trecho da entrevista ao Jornal Nacional na qual o petista afirma que o agronegócio seria "direitista" e "fascista".

Entre os citados na ação por divulgar a entrevista do ex-presidente estão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a candidata ao Senado e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), entre outros. A defesa do ex-presidente argumentou que "o candidato Luiz Inácio Lula da Silva não chamou todos os empresários do agronegócio de fascistas".

"Em verdade, o que se constata, a partir da simples visualização da íntegra da resposta oferecida, é que o ex-presidente Lula teria se referido apenas a uma parcela dos empresários do agronegócio, notadamente aquela descompromissada com a preservação do meio ambiente", argumentou a defesa da coligação do petista.

Bucchianeri afirmou não viu "grave descontextualização" nas postagens sobre a declaração de Lula. "Nesse cenário, com todo o respeito devido, não encontro, nas publicações impugnadas, grave descontextualização que tenha alterado substancialmente a fala do candidato, subvertendo-a por completo para que tivesse significação completamente distinta, a ponto de induzir o eleitor em erro", escreveu a ministra na decisão.

"Na verdade, tenho para mim que as falas do candidato, porque ambíguas e genéricas, comportaram inúmeras interpretações, a ponto de ensejarem uma correção ao vivo, pela própria apresentadora, e, após isso, uma nova explicação, agora feita pelo candidato", ressaltou.

Para a ministra, "o caso é de emissão de falas que, bem ou mal, deram ensejo a múltiplas interpretações, a ponto de terem merecido correção ao vivo pela própria entrevistadora e a ponto de despertarem, segundo noticia a grande imprensa, debate sobre a necessidade de um pedido de desculpas pelo próprio candidato".

"Assim, as postagens questionadas, segundo entendo, navegam com comentários, críticas, sátiras ou análises dentro do espectro possível de significação das falas feitas pelo candidato, sem qualquer grave descontextualização capaz de alterar seu conteúdo sensivelmente, a ponto de induzir o eleitor em erro", completou.