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Após queda nos lucros

Gigante do setor de energia desiste de agenda verde e volta a focar em petróleo e gás

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Após pressão de investidores, a BP disse que fé na energia verde empreendida nos últimos 5 anos foi “equivocada” (Foto: Gazeta do Povo)

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A British Petroleum (BP), multinacional sediada no Reino Unido que opera no setor de energia, desistiu da tentativa radical de reinventar a empresa a partir da exploração da chamada energia verde. Após pressão de investidores, a BP disse que fé na energia verde empreendida nos últimos 5 anos foi “equivocada”.

Na semana passada, a BP anunciou o aumento dos investimentos em petróleo e gás em um quinto, o que elevará os gastos com combustíveis fósseis para R$ 10 bilhões. Com isso, a empresa reduzirá em 70% os gastos com energias renováveis.

De acordo com o Financial Times, a mudança já era esperada. O CEO da BP, Murray Auchincloss, está em uma corrida para convencer a principal investidora do negócio, a empresa estadunidense Elliott Management, de que ainda é possível reverter a situação após mergulho mal sucedido da agenda verde.

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"Nossa expectativa por uma transição rápida foi equivocada e fomos longe demais, rápido demais", disse Auchinclossele ao anunciar o retorno da BP às raízes, "Petróleo e gás serão necessários por décadas”, completou.

Auchincloss assumiu a diretoria executiva da BP há 13 meses, após o ex-chefe Bernard Looney ser demitido devido por conta de escândalo sobre relacionamentos passados com colegas. 

Segundo o Financial Times, alguns dos membros do conselho da BP acham que Auchincloss demorou demais para anunciar a mudança estratégica.

Nova estratégia

Auchincloss encerrou uma estratégia delineada lá atrás pela BP e que vinha conduzindo a empresa nos últimos cinco anos. A BP era considerada líder na transição energética, mas não conseguiu manter o entusiasmo dos acionistas após anos de insatisfação com os lucros.

A ideia de Auchincloss é arrecadar pelo menos US$ 20 bilhões até 2027 por meio da venda de ativos, incluindo a divisão da BP de lubrificantes Castrol e uma parte do negócio solar Lightsource.

A pressão dos acionistas sobre Auchincloss aumentou em fevereiro, mês em que a Elliott adquiriu uma participação de quase 5% na BP. 

Mesmo após o anúncio de Auchincloss sobre a mudança estratégica, as ações da BP caíram 2,3% por conta do ceticismo dos investidores sobre a eficácia das medidas.

"Colocamos uma tonelada de informações lá fora, [os investidores] precisarão interpretar isso e entender. E então espero que o preço das ações comece a subir nas próximas semanas e meses", afirmou Auchincloss.

Novos projetos

O CEO espera uma "taxa de crescimento bastante alta" para o negócio upstream da BP e planeja lançar novos projetos nos próximos cinco anos, enquanto a empresa reconstrói sua capacidade de produção de petróleo. "Temos 16 bilhões de barris para buscar", destacou o CEO.

Mesmo com a mudança, a BP ainda produzirá menos petróleo e gás em 2030 do que produzia em 2019.

"Não vejo realmente ninguém fazendo mais do que estamos fazendo nesse tipo de escala [...] Você não verá uma empresa de energia mais bem integrada no mundo do que a BP”, afirmou Auchincloss.

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