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Em cinco anos, Petrobras pretende perfurar 16 poços em busca de petróleo na Margem Equatorial, que tem características geológicas similiares às do mar da Guiana
Em cinco anos, Petrobras pretende perfurar 16 poços em busca de petróleo na Margem Equatorial, que tem características geológicas similiares às do mar da Guiana| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Petrobras deu início à perfuração do poço de Pitu Oeste, no litoral do Rio Grande do Norte, neste sábado (23). A empresa informou que se trata da retomada da pesquisa em busca de óleo e gás na Margem Equatorial. O poço citado fica a 53 quilômetros da costa do RN. Os trabalhos devem durar de três a cinco meses.

“Por meio do poço de Pitu Oeste, a Petrobras obterá mais informações geológicas da área, o que permitirá a confirmação da extensão da descoberta de petróleo já feita, em 2014, no poço de Pitu”, informou a empresa.

A licença ambiental para a operação de perfuração foi concedida em outubro pelo Ibama. Além disso, também houve autorização para pesquisa de óleo e gás em águas profundas no poço Anhangá, também na Bacia Potiguar, a 79 quilômetros da costa do RN.

“Se for confirmada a viabilidade econômica da concessão, será necessário conceber e desenvolver toda a estrutura operacional para a produção e será preciso realizar um novo processo de licenciamento ambiental específico para a etapa de produção”, afirmou a empresa por meio de nota.

O investimento previsto pela Petrobras para a pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, no período de 2024 a 2028, é de US$ 3,1 bilhões. A empresa pretende perfurar 16 poços nesse período.

A Margem Equatorial brasileira vai do litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá. Ela é composta pelas bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. A região é conhecida pelas praias e turismo, mas o grande potencial exploratório de petróleo em alto-mar desperta o interesse de petroleiras e do governo, e o temor de ambientalistas.

A chamada Margem Equatorial reúne cinco bacias na costa norte do Brasil.
A chamada Margem Equatorial reúne cinco bacias na costa norte do Brasil.| Divulgação/Petrobras

Foz do Rio Amazonas

Em outro ponto da Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas, a Petrobras aguarda a autorização do Ibama. O órgão negou a licença ambiental para perfuração de um poço em maio, mas a empresa apresentou novos documentos e pediu que o Ibama reconsiderasse a decisão. Recentemente, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que a resposta ao pedido da Petrobras para perfurar e prospectar petróleo na foz do Rio Amazonas será divulgada apenas no início de 2024.

A exploração da bacia na foz do Rio Amazonas é considerada essencial pelo governo federal para manter a produção de petróleo da Petrobras após o esgotamento das jazidas do pré-sal no Sudeste, e que, segundo um dos diretores da empresa, vai permitir a extração do óleo por mais 40 anos.

Apesar disso, a ministra do Meio Ambiental, Marina Silva, é contrária à exploração de petróleo na região. A posição da pasta comandada por ela gerou atritos com o Ministério de Minas e Energia, o que acabou ocasionando uma crise interna no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em agosto, A Advocacia-Geral da União (AGU) havia divulgado um parecer favorável à exploração de petróleo na bacia da foz do Amazonas antes mesmo de uma avaliação preliminar. Para a AGU, “a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) não é indispensável e tampouco pode obstar a realização de licenciamento ambiental de empreendimentos de exploração e produção de petróleo e gás natural no país”.

O posicionamento da AGU também foi criticado pela ministra do Meio Ambiente. Durante uma audiência no Senado, ainda em agosto, Marina Silva disse que a análise do Ibama para emitir a licença ambiental requisitada pela Petrobras se dá me maneira técnica, e não política. “Eu sempre digo que o Ibama não dá licenças políticas, dá licenças técnicas. Ele não facilita e nem dificulta. Existem órgãos que se pronunciam tecnicamente. Alguém vai ficar teimando com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] quando ela diz ‘não, esse remédio aqui é toxico’?”, afirmou a ministra à época.

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