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história

Glória feita de ouro, prata e admiração

Prêmios e diplomas dispersos de Francisco Cunha Pereira Filho traduzem a ação do homem que conversava com os mais diversos setores da sociedade – do mundo empresarial às associações de moradores e Santas Casas de Misericórdia

Francisco Cunha Pereira Filho, em 1989, ao receber o prêmio da Revista Exame: projeção nacional na área da comunicação |
Francisco Cunha Pereira Filho, em 1989, ao receber o prêmio da Revista Exame: projeção nacional na área da comunicação (Foto: )
Cunha Pereira com mestre Kang, numa das muitas condecorações recebidas do tae kwon do |

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Cunha Pereira com mestre Kang, numa das muitas condecorações recebidas do tae kwon do

O diploma ganho na Faculdade de Direito |

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O diploma ganho na Faculdade de Direito

A moedinha da sorte de Cunha Pereira |

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A moedinha da sorte de Cunha Pereira

O jornalista Francisco Cunha Pereira Filho não tem uma sala de diplomas, medalhas, placas, troféus ou comendas. Tem três. Os documentos que registram sua trajetória profissional estão espalhados em espaços da TV Paranaense, Gazeta do Povo e na casa da família, à espera de uma catalogação.

Mesmo assim, a mais de uma centena de itens disponíveis é o suficiente para dar conta de uma verdade: Cunha Pereira dialogou com inúmeros e diferentes setores da sociedade e foi reconhecido por eles. As homenagens que recebeu nas seis décadas em que atuou no direito, no jornalismo e no mundo empresarial são de um sortimento impressionante. Passam pelos governos, prefeituras e órgãos empresariais, mas também por times de futebol, associações de bairro, hospitais, setores da cultura e onde mais sua atuação tenha chegado. O homem que recebeu insígnias como a de Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco (2000), Oficial do Congresso Nacional (1986), e Troféu Bento Munhoz da Rocha Neto de personalidade do ano (1977) também ganhou plaquinhas por ter se engajado na Campanha do Agasalho.

Vasculhar esse museu disperso é uma forma de reconstituir a personalidade democrática de Francisco Cunha Pereira Filho. É ali que se encontra, por exemplo, a placa de metal que externa a gratidão do povo do Guarituba, bairro da área mais empobrecida do município de Colombo, cunhada em 1981. Não se trata do único reconhecimento a sua sensibilidade social: as Santas Casas de Misericórdia o homenagearam mais de uma vez, assim como a Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (APCN) e a própria Cruz Vermelha – em retribuição à campanha movida por Cunha Pereira para ajudar as vítimas da enchente de 1983, no Paraná.

Outro setor com o qual dialogou foi o do saber. Além da onipresente Universidade Federal do Paraná (UFPR), transformada por ele numa causa de vida, destacam-se nas salas de troféus as homenagens de alunos e o reconhecimento pela defesa das instituições. É o caso do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), cujo projeto não foi abandonado graças à intervenção de Francisco, ou ainda das turmas de alunos da FAE, Isae/FGV e Opet que o escolheram como nome de turma ou lhe prestaram honrarias.

O documento que mais salta aos olhos, contudo, é o mais amarelado pelo tempo. Na sala que ocupou por 45 anos na Gazeta do Povo, Cunha Pereira guardou o diploma do Prêmio Brigadeiro Franco, recebido por seu desempenho na Faculdade de Direito da UFPR. A honraria, assinada pelo jurista Manoel de Oliveira Franco Sobrinho, lhe rendeu mil e quinhentos cruzeiros – reza a lenda, dinheiro com o qual abriu seu primeiro escritório de advocacia, o Co-Jurídico.

Esse material curricular foi guardado por Cunha Pereira nos mesmos armários em que colecionou as inúmeras medalhas de mestre Kang – personalidade do tae kwon do no estado –, e troféus criados pelos funcionários de suas empresas. É o caso da chaleira, dentro de uma caixa encapada com uma página da Gazeta do Povo, dada em 1981 pelas mulheres da redação. Ou o Troféu Grande Companheiro, do mesmo ano, colocado num dos melhores pontos de sua biblioteca doméstica.

Não são as únicas curiosidades. Na categoria "charada", destaca-se o diploma "500 Descobridores do Progresso Brasileiro". Permanece na parede do escritório da Praça Carlos Gomes por uma particularidade. Um agenciador apareceu, em 2000, dizendo que cada homenageado deveria colaborar com R$ 500 pelo reconhecimento. Foi pago. Tempos depois, entregou um documento humildemente emoldurado. Nunca houve a entrega do prêmio. Feitas as contas de "500 vezes 500", Francisco riu, lembrando que havia gente que sabia ganhar dinheiro sem muito esforço.

Entre os apócrifos, chama atenção também uma placa de rua, de origem desconhecida, escondida por trás de umas tantas caixas do armário. Traz inscrito: "Avenida Francisco Cunha Pereira Filho". Em tempo. Na casa da família Cunha Pereira, em meio à papelada, está um diploma simples, sem data ou origem, no qual aparece estampada a frase que resume a ópera: "Parabéns, você fez a história".

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Vulto PR

Lapa, Foz do Iguaçu, Curitiba e associações de municípios paranaenses em geral reconheceram a atuação de Cunha Pereira em prol do estado. Foram inúmeros os títulos de Cidadão Honorário recebidos a partir da década de 60 e principalmente depois das "campanhas vitoriosas."

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Saber

Além da UFPR, repetidas vezes, Cunha Pereira recebeu reconhecimento de instituições de pesquisa. Em 2000, ganhou a medalha Rocha Pombo, do Instituto Histórico do Paraná. Em 1999, o grau de comendador dado pela Sociedade de Estudos de Problemas Brasileiros. Em 1983, é diplomado pela Academia Brasileira de História.

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