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Monitoramento

Escolas estaduais adotam câmeras dentro das salas

Mais da metade dos colégios monitoram comportamento dos alunos por sistema

Câmera na sala de aula no Instituto de Educação Pietro Martinez, em Ponta Grossa | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Câmera na sala de aula no Instituto de Educação Pietro Martinez, em Ponta Grossa (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Ponta Grossa - Alunos vigiados também dentro das salas. Para coibir os atos de vandalismo, brigas e furtos no ambiente escolar – e ainda manter a ordem nas aulas –, diretores têm dado sinal positivo para a instalação de câmeras dentro das classes.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o Núcleo Regional de Educação (NRE) estima que 40 dos 84 colégios estaduais tenham adotado o sistema. O colégio estadual Instituto de Educação Pietro Martinez, que abriga quase 2 mil estudantes, foi o pioneiro na prática na cidade: foram gastos R$ 20 mil para custear as 48 câmeras do estabelecimento. "Queríamos investir esse dinheiro em outros projetos, mas havia a necessidade: 90% dos problemas que ocorrem em sala hoje, como discussões, trabalhos e cadernos perdidos, são resolvidos com essas câmeras", afirma o diretor auxiliar do colégio, Leandro Bueno.

De acordo com ele, até problemas que envolvem professores são solucionados pelo monitoramento.

"Existe professor que persegue aluno, isso acontece. Com a filmagem podemos orientar melhor o professor e aprimorar também o ensino", salienta Bueno.

Furtos

A estudante Thaline Stalzner não vê problema na instalação de câmeras. Para ela, os dispositivos só trouxeram benefícios. "Nossa sensação de segurança aumentou. Houve uma redução nas brigas e discussões em sala e diminuiu o risco de furtos", diz.

O Colégio Estadual Regente Feijó, que tem 2,8 mil alunos, também em Ponta Grossa, instalou câmeras nas salas no início deste ano. Segundo a diretora Cleozy Santos, todas as 24 classes receberam o equipamento, além de outras 16 espalhadas pelos corredores e pátio. "Dessa forma, evitamos pequenos furtos que aconteciam eventualmente", diz.

Apesar de muitas escolas terem aderido às câmeras nas salas, para a chefe do NRE, Maria Isabel Vieira, a inclusão do equipamento não resolve problemas e pode até mesmo disseminar o temor dentro da escola. "O medo não educa, é importante alcançarmos resultados educacionais e pedagógicos. O diálogo com os estudantes e pais deve ser sempre trabalhado, pois é isso o que irá educar de fato o cidadão", salienta.

Consultada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná disse não existir um levantamento de quantos colégios dispõem deste sistema de monitoramento.

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