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CARREIRA

Escolher uma profissão clássica é uma questão de identificação

Identificação com a dinâmica da futura profissão e realização pessoal atraem estudantes para carreiras que nem sempre estão nas listas das áreas mais bem remuneradas

Mesmo com tanta revolução no ensino, o papel do professor continua sendo essencial para o aluno. | Bigstock
Mesmo com tanta revolução no ensino, o papel do professor continua sendo essencial para o aluno. (Foto: Bigstock)

Enquanto alguns estudantes optam por fazer projeções de tendências para o mercado de trabalho no futuro antes de definir qual caminho seguir, há quem resolva apostar em carreiras bastante conhecidas simplesmente por paixão e afinidade com a dinâmica da profissão.

Professores, enfermeiros, matemáticos, educadores físicos, cientistas sociais, entre outros, não chegam a figurar nas listas de profissionais mais bem pagos no ranking de remuneração. Entretanto, geralmente quem escolhe essas carreiras também não está mirando apenas no lucro financeiro. 

O técnico de atletismo Tadeu Natálio, 61 anos, é formado em Educação Física e em Fisioterapia e hoje trabalha com a preparação de atletas de alto rendimento em Curitiba e na organização de eventos esportivos e corridas de rua. Ele afirma estar satisfeito com o nível de remuneração que tem hoje e ainda ter se dedicado a uma área com a qual se identifica. 

Corredor desde os 12 anos, Natálio participou de mais de 50 maratonas e ressalta que, mesmo com todas as novidades tecnológicas que vêm aprimorando o mercado esportivo, nada é capaz de substituir o corpo humano. “As pessoas vão continuar usando as pernas para correr. Mudam os critérios de avaliação, mas a fisiologia do corpo humano não muda”, destaca e ressalta a importância do papel do educador físico para orientar adequadamente os esportistas. “A análise do atleta, do lado psicológico é uma coisa particular e é o profissional de educação física que pode fazer essa avaliação”, analisa o educador físico, que é membro da Comissão de Controle de Doping do Ministério do Esporte e presidente da Associação Pro Correr de Incentivo ao Esporte em Curitiba. 

Autoconhecimento

A pedagoga Simone Timossi Santiago, 36 anos, tem especialização em Modalidades de Intervenção no Processo de Aprendizagem e atua na educação infantil por pura paixão e identificação com as crianças e com a área. No ensino médio, cursou Magistério no Instituto de Educação do Paraná, no Centro de Curitiba, na época em que a instituição era a principal referência no estado para a formação de docentes de nível médio. 

Quando decidiu pelo curso de Pedagogia no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), chegou a ser desencorajada por pessoas próximas em função da remuneração da categoria. “Fiz o curso que eu queria e nunca me arrependi. Eu tinha esse objetivo e não vacilei na minha decisão”, garante. 

Simone, que trabalha na área desde os 15 anos, afirma que acompanhou muito debate em torno dos rumos da educação nesse período e salienta que, mesmo com tanta revolução no ensino, o papel do professor continua sendo essencial para o aluno. “As crianças de hoje chegam na escola com muita bagagem e muito acesso ao conhecimento. O papel do professor é conduzir esse processo, saber o que fazer com esse conhecimento”, argumenta. 

De acordo com a coach de desenvolvimento de carreira Tania Klein, para um jovem possa escolher uma carreira com segurança é importante uma autoanálise, para que ele se conheça e investigue sobre as possíveis áreas em que poderá atuar. 

Tania lembra que o mercado de trabalho está em expansão e hoje existem muitas profissões novas, mas nem sempre os estudantes possuem informação suficiente sobre essas novas carreiras. “Infelizmente, os jovens não recebem o apoio necessário nesse processo de descoberta. O momento da escolha acaba gerando estresse que, associado ao imediatismo das novas gerações, contribui ainda para escolhas nem sempre assertivas”, pontua.

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