Alunos de Medicina estudam procedimentos no Centro de Simulação Clínica, um dos mais modernos do país | João Borges/Divulgação
Alunos de Medicina estudam procedimentos no Centro de Simulação Clínica, um dos mais modernos do país| Foto: João Borges/Divulgação

A PUCPR deu o pontapé inicial para uma mudança de paradigma na forma como se pensa a saúde no Brasil: a instituição sedia até o próximo dia 15 uma espécie de “intensivo” do mais consagrado programa de inovação em tecnologia na área médica no mundo – o Biodesign, da Universidade de Stanford, no Vale do Silício, Estados Unidos.

Durante duas semanas, equipes multidisciplinares farão uma imersão na busca de soluções inovadoras, que resolvam problemas reais enfrentados no dia a dia de hospitais e postos de saúde. Para isso, serão orientados por cientistas, mentores e ex-alunos de Stanford; acompanharão a rotina médica para detectar problemas e oportunidades; farão um esforço concentrado para criar produtos, processos ou dispositivos que facilitem o trabalho dos profissionais da saúde; entrarão em contato com investidores, órgãos públicos, empresários, agências reguladoras e de empreendedorismo e cases mundiais de sucesso na área; e ainda terão a oportunidade de ver suas criações postas em prática, com a ajuda da Agência de Inovação e da aceleradora da universidade, a HotMilk.

ACELERADORA

A HotMilk, aceleradora da PUCPR, oferece um programas específico para a saúde que foi um dos pioneiros no Brasil.

Mas por que na PUCPR? Em primeiro lugar, porque a universidade vislumbrou a oportunidade de atacar frontalmente este problema. O programa surgiu depois que representantes da reitoria conheceram o braço do programa em Cingapura, e perceberam que a instituição reúne as condições ideais para que ele seja replicado no Brasil.

“A inovação em saúde demanda geração de alta tecnologia, que se transforma em inovação uma vez aplicada. E um dos maiores geradores de tecnologia com qualidade referenciada no Brasil é a PUCPR”, destaca Riccardo Lanzuolo, diretor de inovação da Agência de Inovação da PUCPR. “Prova disso é que a PUCPR é a primeira em ‘citações’ entre todas as universidades brasileiras, de acordo com o ranking Times Higher Education.” O critério de “citações” mensura a influência global da pesquisa científica, por meio do número de vezes que os trabalhos publicados por uma universidade são citados por pesquisadores de todo o mundo em periódicos relevantes.

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“Além disso, temos um programa de pós-graduação em Tecnologias em Saúde que trabalha com equipes de professores e alunos habituados à multidisciplinaridade; outro em Ciências da Saúde; um dos mais modernos Centros de Simulação Clínica da América Latina; uma incubadora/aceleradora [HotMilk], com um dos primeiros programas específicos para a saúde no Brasil; pesquisadores e doutores que são referências mundiais em áreas como transplantes cardíacos e de válvulas cardíacas, células tronco, genética e predisposição a doenças, doença renal crônica e outras”, enumera Marcelo Pillonetto, coordenador do Programa de Inovação em Saúde e professor da Escola de Medicina da PUCPR.

Tem mais: a universidade reúne em um único campus as escolas de Medicina, Politécnica (Engenharias), de Negócios, de Arquitetura e Design e de Ciências da Vida, sem falar nos vários programas de mestrado e doutorado; e está vinculada ao Grupo Marista, dono do maior complexo hospitalar do Paraná, com cinco hospitais e mais de mil leitos -- sendo que um deles, o Cajuru, atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, há uma série de necessidades “reais” e um campo bastante vasto para a aplicação dessas inovações.

Super trunfo

Mas há um trunfo ainda maior: a Agência PUC de Inovação. “É um canal bastante eficaz de irradiação do conhecimento que a universidade produz para aplicação na sociedade”, resume o professor Álvaro Amarante, diretor da Agência de Inovação e do Tecnoparque.

E essa agência concentra estruturas que garantem o fluxo contínuo entre o conhecimento que a universidade produz e as necessidades reais do mercado. Como os laboratórios de desenvolvimento de aplicativos e os centros de pesquisa e inovação ligados a empresas líders mundiais em tecnologia, com centenas de projetos por ano; a já citada HotMilk, incubadora e aceleradora que já capacitou mais de 50 startups e oferece ciclos de inovação aberta para empresas; e um Tecnoparque instalado, que abriga diversas empresas que desenvolvem produtos em conjunto com a universidade.

“O Tecnoparque abriga empresas de porte, instaladas ao redor ou mesmo dentro do campus, que desenvolvem produtos ou processos em projetos focados no mercado em estreita relação com os pesquisadores da universidade”, resume Amarante. “A Nokia, por exemplo, tem um grande projeto ali: estamos desenvolvendo em conjunto futuras tecnologias para a telefonia móvel. São mais de 250 colaboradores da Nokia trabalhando dentro da universidade.”

E a agência tem até um Escritório de Gestão de Tecnologia (TMO, da sigla em inglês), que monitora as pesquisas da universidade com potencial tecnológico ou mercadológico e faz a ponte entre os pesquisadores e o mercado. “Criamos uma visão de negócio, da aplicação e procuramos o parceiro ideal na sociedade”, explica Álvaro Amarante.

Portanto, a PUCPR já tem meio caminho andado para liderar o processo de inovação em saúde no Brasil.

Serviço: Saiba mais sobre o hiPUC no site www.hipuc.com