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Torcedores do Atlético se penduraram até na torre de iluminação do Couto Pereira para assistir ao jogo contra o Flamengo. | Arquivo/ Gazeta do Povo
Torcedores do Atlético se penduraram até na torre de iluminação do Couto Pereira para assistir ao jogo contra o Flamengo.| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Pela sobrevivência

Veja o que cada time precisa fazer para não ser rebaixado.

Náutico

Basta um empate contra o Santos, na Vila Belmiro. Se perder, precisa que entre Atlético, Figueirense e Vasco dois não vençam.

Atlético

Escapa com uma vitória sobre o Flamengo, na Arena. Se empatar, precisa que Vasco e Figueirense não vençam; ou que o Náutico perca por dois gols para o Santos e Vasco ou Figueirense não vença. Em caso de derrota, precisará que Vasco e Figueirense não vençam.

Figueirense

Precisa vencer o Internacional, no Orlando Scarpelli, e que Náutico ou Atlético perca.

Vasco

Tem de ganhar do Vitória, em São Januário, e torcer por uma combinação de resultados. Pode ser: empate ou derrota de Atlético e Figueirense; derrota do Náutico e empate ou derrota do Atlético; e derrota do Náutico e empate ou derrota do Figueirense.

Por um golzinho não veio a vaga na final do Brasileiro de 1983. Mas o dia (15 de maio) em que o Furacão venceu o Flamengo de Zico por 2 a 0 permanece no imaginário dos atleticanos. Feito testemunhado por 67.391 mil pessoas no Couto Pereira, recorde de público no Paraná. Um jogo que entrou para a história rubro-negra. Assim como, seja qual for o resultado, ficará para a posteridade o duelo de domingo com o Fla, na Arena.

A torcida espera que como o dia do alívio. Afinal, o que está em jogo é a permanência na Série A. Situação que, caso as coisas não corram bem, também pode transformar a partida na maior decepção atleticana da década.

A certeza é de que o estádio estará novamente lotado – com números bem mais modestos, pois a atual capacidade da Baixada é de aproximadamente um terço do público que se amontoou no Alto da Glória há 25 anos. Mas é na mesma força da torcida que empurrou o time para a histórica vitória de 83 que os rubro-negros se apóiam agora.

"Sempre tive muita dificuldade de enfrentar o Atlético em Curitiba", lembra o ex-goleiro Raul Plassmann, paranaense que defendia o Flamengo e hoje é comentarista da RPC TV. "A torcida pode fazer a diferença. Muita gente fala que não, mas esses não sabem o que estão dizendo."

E Raul, que mesmo assim espera um confronto equilibrado, se aposentou bem antes da construção da Arena, em 1999. No novo estádio, o Fla se tornou o maior freguês atleticano, com sete derrotas e um empate. Mas a escrita já dura bem mais tempo: a última vitória do Urubu sobre o Furacão em Curitiba foi há 34 anos.

Em 83, apesar da vitória classificada como brilhante na capa da Gazeta do Povo do dia 16, também ficou uma ponta de decepção por o time não ter ido mais longe.

"Houve uma polêmica muito grande. Disseram que nós não queríamos ganhar, que entregamos a classificação. Um monte de bobagem", recorda Hélio Alves, que na reta final do campeonato deixou o cargo de supervisor para assumir o de técnico no lugar de Geraldo Damasceno.

Ele foi muito criticado pela postura defensiva da equipe no segundo tempo. "Mas fizemos os dois gols no começo jogando assim, fechados e saindo no contra-ataque. Se fôssemos para cima, tomaríamos outra goleada", argumenta, lembrando do 3 a 0 no jogo de ida.

Segundo o "Feiticeiro", hoje com 81 anos, uma espionagem no intervalo reforçou a tática. "Mandei uma pessoa escutar o que o (técnico) Carlos Alberto Torres ia falar para eles no intervalo. Disse: ‘vocês estão com medo desse timinho? Tem que partir para cima.’ Na subida para o campo, o Zico falou: ‘Temos de tirar eles de trás primeiro.’ Então não deixei o time sair mesmo."

Apesar de agora o Furacão estar brigando para não cair e na época lutar para chegar à decisão, a diferença na visão do clube, que há duas décadas e meia tentava se mostrar ao Brasil, é clara.

"Aquele resultado não satisfez a torcida, mas a nós profissionais sim", diz Hélio. "Agora ninguém pode negar: o Atlético é um grande time", discursou no vestiário do Couto Pereira o lateral-direito Sotter.

* * * * * *

Em Curitiba

Atlético

Roberto Costa; Sotter, Flávio, Jair Gonçalves e Sérgio Moura; Detti, Assis e Nivaldo; Capitão, Washington e Abel. Técnico: Hélio Alves.

Flamengo

Raul; Leandro, Figueiredo, Marinho e Júnior; Vitor, Adílio e Zico; Júlio César, Baltazar (Robertinho) e Elder. Técnico: Carlos Alberto Torres.

Estádio: Couto Pereira. Árbitro: José Assis Aragão (SP). Gols: Washington (2). Amarelos: Flávio, Detti e Assis (A). Público pagante: 65.491 (total de 67.391). Renda: Cr$ 51.707.400,00. Data: 15/05/83.

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