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Clubes argentinos pedem adiamento da volta da Libertadores. Na foto, La Bombonera, casa do Boca Juniors
Clubes argentinos pedem adiamento da volta da Libertadores. Na foto, La Bombonera, casa do Boca Juniors| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Quatro das cinco equipes argentinas que participam da Copa Libertadores, com exceção do Racing, pediram à Associação do Futebol Argentino (AFA) para que a Conmebol adie o retorno da principal competição continental em uma semana.

Boca Juniors, River Plate, Defensa y Justicia e Tigre solicitam, pelo menos, dois meses de treinamentos antes do reinício da competição, marcado para o dia 15 de setembro. Os treinos no país vizinho ainda não foram restabelecidos e estão previstos para agosto.

"Se pudéssemos começar a treinar a partir de 18 de julho, no próximo sábado, quando a fase de quarentena terminar, não haverá necessidade de pedir nada, mas não sei se isso será viável", disse José Lemme, presidente de Defensa y Justicia, à agência Télam.

No entanto, a Conmebol não deve acatar ao pedido. Segundo relata a imprensa argentina, a entidade adiará o retorno desses clubes em, no máximo, 48 horas. Portanto, eles devem retornar à competição no dia 17 de setembro, ao invés do dia 15.

Vale lembrar que, durante a votação da data de reinício da Libertadores, a Argentina foi o único país contrário ao dia sugerido. Bolívia e Venezuela se abstiveram em seus votos, enquanto o restante dos países foi favorável.

Sete times brasileiros estão na Libertadores: Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Athletico-PR, Grêmio e Internacional.

Em recente entrevista, o ministro da Saúde da Argentina, González García, disse que não estava de acordo com a decisão da Conmebol.

"Existem países que decidiram continuar com o show, independentemente das mortes. Priorizamos a vida. Obviamente não concordo com o que a Conmebol fez ou com a data. Também queremos que não haja desvantagem para nossas equipes", disse García.

Além disso, as equipes argentinas solicitam não jogar em altitude, "para melhor aplicação do protocolo sanitário de pandemia". O Binacional, do Peru, por exemplo, que está no grupo do River Plate, manda seus jogos a quase 4.000 metros acima do nível do mar, o que, normalmente, gera reflexos negativos no organismo dos atletas.

O próprio Campeonato Peruano, que será iniciado no final do mês, será disputado inteiramente em Lima, no nível do mar. Augustín Lozano, presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), justifica a decisão "devido à infraestrutura e instalações hoteleiras para a aplicação do protocolo sanitário". Lima sediou os Jogos Pan-Americanos e a final da Libertadores, em 2019.

Caso se confirme que as equipes argentinas irão iniciar a competição com 48 horas de atraso, o São Paulo seria a única equipe brasileira diretamente afetada. O clube do Morumbi tem confronto marcado com o River Plate na rodada de reinício do torneio.

Agora, se a Conmebol decidir adiar o retorno da competição em uma semana, o calendário de futebol sul-americano, que já encontra obstáculos, será afetado por completo. Na maioria dos países do continente, a bola já possui data para voltar a rolar. Apenas na Argentina e no Chile o cenário permanece um pouco mais incerto.

"Isso não é matemático. Penso que em alguns dias os casos diminuirão, mas não há precisão. O futuro será uma incerteza. Não podemos fazer previsões que vão além do curto prazo. O que podemos fazer é trabalhar todos os dias para que o impacto seja menor e estamos fazendo", afirmou o ministro da Saúde argentino, González García.

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