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Cochabamba, na Bolívia. | Albari Rosa/Gazeta do Povo - enviado especial
Cochabamba, na Bolívia.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo - enviado especial

O Athletico precisa quebrar uma escrita importante para derrotar o Jorge Wilstermann nesta quarta-feira (24), às 19h15, na Bolívia, pela penúltima rodada do Grupo G da Copa Libertadores. Em cinco partidas disputadas na altitude desde 2002, o Furacão nunca venceu.

A cidade de Cochabamba, localizada a 2.560 metros acima do nível do mar, pode até não causar tantos problemas como acontece em La Paz, situada a 3.600 m de altitude. O desempenho dos atletas, contudo, será certamente menor do que o normal. Essa reação é causada pela hipóxia, a falta de oxigênio no organismo.

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“Há redução no nível de condição física do atleta, mas é algo muito individual. Entre 2.500 m e 3.000 m, esse índice varia entre -8% e -24%”, explica o fisiologista Raul Osiecki, doutor pela Universidade Federal de Santa Maria-RS) e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Em 2002, o Rubro-Negro jogou justamente em La Paz, contra o Bolívar. Venceu o primeiro tempo por 5 a 1, teve dois jogadores expulsos, e cedeu o empate na etapa final.

Foi o único ponto conquistado pelo clube em duelos em altitude elevada (veja os detalhes no infográfico abaixo) . No mesmo ano, perdeu para o equatoriano Olmedo (2.750 m). Em 2006, o algoz foi o Pachuca, no México (2.432 m).

O Furacão voltou a sofrer com La Paz em 2014, mas desta vez diante do The Strongest. Três anos depois, foi derrotado pelo Millionarios em Bogotá (2.640 m), mas se classificou à fase de grupo da Libertadores nos pênaltis.

Na ocasião, o zagueiro Thiago Heleno sequer viajou com a delegação atleticana para a Colômbia, assim como aconteceu desta vez. Segundo o Athletico, o motivo é uma limitação fisiológica.

“Ele apresenta uma pré-disposição genética sanguínea. Por isso, em altitudes elevadas, não tem condições adequadas para exercer a prática esportiva. Isso pode ocasionar a diminuição do rendimento físico ou até mesmo ser prejudicial à saúde”, relatou o clube.

Obviamente que quem está acostumado a jogar nessas condições acaba tendo uma vantagem sobre quem é forasteiro. O próprio desempenho histórico do Wilstermann como mandante na Libertadores é um exemplo.

Os aviadores têm retrospecto de 30 vitórias, 16 empates e 12 derrotas — aproveitamento de 61%. Na edição atual, seguraram empate sem gols com o Boca Juniors no Felix Capriles, mas foram goleados por 4 a 0 em Buenos Aires. A disparidade é inegável.

Há também a questão envolvendo a velocidade da bola, que se comporta de maneira diferente em uma altitude elevada. Neste caso, quem mais sofre com a menor pressão atmosférica é o goleiro.

Com o ar menos denso, a pelota preserva sua velocidade por mais tempo e, na linguagem dos boleiros, fica ‘viva’ — e menos previsível.

De acordo com Osiecki, no entanto, uma boa preparação física pode ajudar minimizar os efeitos do ar rarefeito.

“Eu acompanhei in loco jogos do Athletico e me chamou a atenção o nível elevado da preparação deles. Isso vai compensar a altitude. O time também não tem outra competição para participar, teve tempo para se preparar. Tudo ajuda”, comenta o ex-fisiologista do Coritiba.

E, curiosamente, se os efeitos da altitude são ruins para longa distância, podem potencializar a velocidade de atletas de explosão em algumas situações.

Os números são comprovados na comparação de duas Olimpíadas seguidas, Tóquio-1964 (40 m acima do nível do mar) e Cidade do México-1968 (2.250 m). Em provas masculinas de 100m, 200m e 400m rasos, houve melhora de até 2,9% no índices feitos na altitude.

“Nessa lógica, o Rony pode ser ainda mais perigoso para o Athletico”, ressalta Osiecki.

Veja o retrospecto do Athletico em jogos na altitude

Tabela da Libertadores 2019

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