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Acabou a agonia. A segunda-feira vai ser mais leve para jogadores e torcedores do Atlético-MG. Depois de ficar dois anos e cinco meses sem derrotar o Cruzeiro e ouvindo todos os tipos de provocação, o time do técnico Celso Roth derrotou o maior rival neste domingo, por 3 a 0, no Mineirão, pela 10ª rodada do Brasileiro.

O incômodo jejum atleticano durava 12 jogos (dez triunfos celestes e dois empates). E não foi só isso. Com o resultado, o Galo retoma a liderança do Nacional, com 21 pontos, beneficiado pela vitória do Atlético-PR sobre o Internacional, em Curitiba. O time estrelado continua com dez, em 15º, mas pode ser ultrapassado por Fluminense e Sport na conclusão da rodada.

Por conta da decisão da Libertadores, o técnico Adilson Batista escalou um time reserva e foi obrigado a usar garotos da base e atletas que se recuperaram de lesões recentemente. O Galo tratou de aproveitar a chance de tirar um enorme peso das costas. Júnior, Alessandro e Eder Luis fizeram os gols.

No próximo domingo, a Raposa pega o Corinthians, no Mineirão, pela 12ª rodada. Antes, fará o jogo mais importante da temporada até então. Na quarta-feira, também no Gigante da Pampulha, encara o Estudiantes, da Argentina, no segundo e decisivo jogo da Libertadores. Em La Plata, houve um empate sem gols. O Galo volta a campo na quinta-feira, contra o São Paulo, em Belo Horizonte.

Cruzeiro 'começa' com dez e não suporta pressão do Galo

Incríveis 12 segundos. Foi o tempo da expulsão do atacante Zé Carlos, do Cruzeiro, no clássico. Ele acertou uma cotovelada no volante Renan, o árbitro Paulo Cesar Oliveira viu, não deixou passar e mostrou cartão vemelho direto. A expulsão mais rápida do futebol brasileiro. O lance causou enorme surpresa em quem estava no estádio e aumentou a carga de favorismo do Galo, que entrou em campo com força máxima diante de um mistão da Raposa.

Ao contrário do esperado, a vantagem numérica não foi bem aproveitada pela equipe de Celso Roth. Sem criatividade, o meio-campo atleticano não conseguia levar perigo ao rival. O atacante Eder Luis bem que tentou se deslocar pelas laterais do campo, mas sempre marcado por Neguete.

Sem sofrer ameaças, o Cruzeiro passou a se arriscar nos contra-ataques. Aos 15, o garoto Diego Renan recebeu de Athirson na ponta esquerda, se livrou da marcação com um belo corte e cruzou na cabeça de Fabinho. O volante desviou bonito, mas a bola saiu caprichosa pela linha de fundo. O Galo é forte e voltou a se impor. Aos 21, Tardelli tabelou bonito com Marcos Rocha, o garoto ficou livre para chutar, demorou, e foi travado por Fabrício. O lance incendiou o duelo, e os atleticanos passaram a investir especialmente com cruzamentos para a área. Como não obteve sucesso pelas laterais, o trio ofensivo de Roth, com Júnior, Tardelli e Eder, voltou a trabalhar pelo meio. Numa das tentativas, o meia ficou na cara do gol, mas bateu para fora com o pé direito, que não é o bom, aos 26.

Irritado com Marcos Rocha, o técnico alvinegro tirou o lateral-direito da partida, aos 30 minutos, para dar lugar ao atacante Alessandro. Com a mudança, o volante Márcio Araújo foi deslocado para a função. Três minutos depois, a melhor chance do Atlético. Renan acionou Thiago Feltri na esquerda, ele dividiu com a zaga, Júnior pegou a sobra. Mais uma vez com o pé direito, ele tentou colocar no cantinho de Andrey e errou por muito pouco.

A pressão do Galo cresceu e o gol só não saiu por falta de pontaria. Aos 36, foram duas chances seguidas desperdiçadas. Numa delas, Júnior tentou encobrir Andrey depois de uma confusão na área celeste e errou por muito. Ele teria uma nova chance. Aos 40, Eder Luis avançou pela direita, achou Tardelli certinho na área, mas o goleador furou e jogou de zagueiro. Sorte que o pentacampeão estava atento, e livre, para colocar no ângulo do gol cruzeirense com o pé direito: 1 a 0.

O lance perturbou o Cruzeiro. Três minutos depois, o Atlético chegou mais uma vez pela ponta. Tardelli cruzou rasteiro da direita, desta vez Fabrício furou feio ao tentar cortar, e Alessandro não teve trabalho para ampliar: 2 a 0 para o Galo, e festa alvinegra no Mineirão. A dificuldade do Cruzeiro por jogar com dez era evidente, mas não faltou valentia. Aos 46, Thiago Ribeiro cabeceou com perigo após cobrança de escanteio, mas Aranha estava atento. A pressão atleticana demorou, mas deu certo no primeiro tempo.

Atleticanos pedem goleada que por pouco não sai

O Atlético-MG voltou disposto a ampliar o placar e quem sabe tentar devolver o placar de 5 a 0 do primeiro jogo da final do Mineiro, no início do ano. Nas arquibancadas, os atleticanos pediam uma vitória por 6 a 0. Assim como no fim da etapa inicial, o lado direito era o mais explorado pelo Galo. Márcio Araújo, Alessandro e Eder Luis eram os que mais pintavam por lá. Aos 20, Alessandro avançou sem marcação, achou Eder Luis na entrada da área, mas o chute parou em Andrey, muito bem colocado.

Mais preocupada com a decisão da Libertadores, na quarta, a torcida do Cruzeiro passou a cantar e mostrou até certo desinteresse pelo clássico. Em tom de provocação e apoio, gritava "olé" a cada vez que a posse de bola ficava com os jogadores celestes.

O nível da partida caiu muito. Apesar de ter mais posse de bola, o Galo pouco ameaçava e estava difícil superar a forte marcação celeste. A segunda jogada que levantou a torcida só foi criada aos 30 minutos. Alessandro recebeu cruzamento na área, mas cabeceou na rede pelo lado de fora. Sem um peso do jejum sobre as costas, a torcida atleticana provocou aos gritos de "o freguês voltou!".

O time de Adilson Batista aceitou a derrota e sentiu o desgaste físico por jogar toda a partida com dez em campo. Como não tinha nada com isso, o Galo aproveitou para ampliar no fim. Aos 43, Eder Luis foi lançado, o goleiro Andrey tirou com o peito, e a bola sobrou para o atacante. Com calma, ele girou e fez um lindo gol por cobertura, de fora da área. Um golaço para lavar a alma dos atleticanos. Enfim, a tão esperada vingança é conquistada.

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