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Sensato, como sempre, o pre­­sidente do Conselho De­­liberativo do Coritiba, en­­genheiro Tico Fontoura, adiou a eleição para a renovação do grupo gestor do clube. Apenas uma semana após o rebaixamento do Alviverde para a Segunda Divisão e os atos bárbaros praticados por algumas dezenas de torcedores, convenhamos, não seria prudente fazer as eleições na data antes marcada.

Passou o tempo das atitudes contaminadas pela exacerbação e já é possível discutir a eleição com tranquilidade.

O atual presidente já disse que é candidato à reeleição. Anúncio que causou mal estar entre muitos conselheiros, pela gestão negativa nas finanças e no futebol. Penso que é um direito do presidente concorrer, demonstrando, inclusive, não estar acovardado com sucessivos insucessos na administração do clube no ano do centenário. O Coritiba não ga­­nhou nada do que disputou e nem cresceu socialmente. Ficou sem alcançar a meta estabelecida pela campanha de arregimentação de novos sócios. Desnecessário avançar em outros pontos negativos da gestão Jair Cirino. Mas, não se lhe pode negar o direito de concorrer a um novo mandato. Os prováveis 180 eleitores coritibanos terão a incumbência de reconduzir o presidente do ano infeliz ou mudar os rumos políticos da instituição.

Assumir o Coritiba na conjuntura atual não é missão fácil. A dívida do clube está raspando o perigoso patamar dos R$ 20 milhões. A receita financeira cairá pela metade em 2010, a perda inevitável de mandos de jogos representará mais gastos e menores rendas e o quadro associativo sofrerá redução substancial. Entre os torcedores há um sentimento de tristeza com o clube e com os anarquistas que invadiram o campo e causaram prejuízos materiais e principalmente morais ao Alviverde.

Se a decisão de Cirino pode ser considerada corajosa – não está fugindo da luta –, não deve ser motivada pela vaidade de continuar presidente. O Coritiba é muito grande para se prestar aos impulsos pessoais de vaidade, sejam eles movidos por quem quer que seja. A gravidade do mo­­mento precisa ser encarada no mais elevado grau de responsabilidade.

Caso ninguém se proponha a concorrer contra o atual presidente, a batalha eleitoral será de Cirino contra os eleitores, que, sem alternativa, optarão pelos votos em branco. O Coritiba tem homens lúcidos no Conselho Deliberativo e deles esperamos uma decisão que ajude o clube a enfrentar o futuro incerto e nebuloso.

Continuando, Jair Cirino tem a obrigação de se cercar de pessoas competentes, sem levar em conta, apenas, as relações de amizade.

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