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Dentro e fora do campo de jogo o Atlético vive uma situação desconfortável. Perdeu do Vasco, está na zona de rebaixamento, não joga bem faz tempo, é um time desequilibrado e às vezes de tão aparvalhado parece distante de suas responsabilidades. Não ganhou um mísero jogo fora de casa. Na Baixada seu retrospecto é pífio. Logo neste ano que o presidente rubro-negro prometeu investir menos em tijolos e mais em futebol.

Mas são os tijolos que a Fifa quer assentar na Arena que estão deixando malucos os dirigentes. Mesmo que eles já tenham dito com todas as letras e a energia dos seus pulmões que o clube não vai investir o que não deve a pressão é muito forte. O presidente atleticano tem uma posição lúcida. Não quer comprometer o futuro assumindo uma dívida fora de propósitos. O Atlético tem um estádio muito bom para as necessidades normais. Investir dinheiro grosso para alguns poucos minutos da Copa do Mundo, convenhamos, não faz sentido. Seria bom se o presidente Lula fosse tão sensato quanto Marcos Malucelli.

Os poderes públicos insistem em fazer jogos da Copa aqui. Sabem que não existe parceiro com estádio à altura. Aplicar duzentos milhões de reais em um imóvel privado é uma irresponsabilidade. Sim, há poucos dias o Atlético fez crescer a relação de despesas, lembrando que haverá lucros cessantes com o paralisação do Estádio Joaquim Américo. E a conta subiu mais R$ 45 milhões.

Penso que o Atlético comete um erro. Sabendo-se incapaz de bancar os elevados custos, não querendo dar em garantia a Arena e o Centro de Treinamento e os seus dirigentes não oferecendo, pessoalmente, o aval para tamanha transação não tem como firmar contrato de financiamento com o BNDES ou qualquer outra instituição financeira.

O erro do Atlético é não dizer definitivamente que isso tudo não compensa o desgaste do clube e dos seus diretores. Pior, em detrimento do time de futebol, um novo fracasso à vista.

Essa ideia de fazer a Copa na Baixada foi estimulada pela megalomania de Petraglia e admitida pela vaidade e insensatez de gestores do dinheiro público gerado pelos paranaenses.

Um exemplo

Tenho um querido amigo médico que fundou uma clínica e foi vitorioso. Comprou um terreno e idealizou transformar a clínica em hospital. Procurou o BNDES várias vezes e não conseguiu o financiamento desejado. Tomou uma decisão. Ofereceu todo o seu patrimônio pessoal, contou com a ajuda de amigos e finalmente o Banco Nacional de Desenvol­­­vimento Econômico e Social concedeu o financiamento tão necessário. As instituições bancárias trabalham com dinheiro gerado por negócios e acionistas. O poder público queima reais sem se preocupar com nada e ainda com a cumplicidade marota do poder fiscalizador, Se­­­nado, Câmara Federal, Assem­­bleias Legislativas e Câma­­ras Municipais. Um crime de lesa-pá­­tria.

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