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Os técnicos e os dirigentes de futebol raramente se distinguem pela humildade. Muito pelo contrário, a maioria absoluta caracteriza-se pela presunção e, não raras vezes, pela arrogância.

Os técnicos imaginam saber tudo e os cartolas se acham.

Aliás, essa é uma nódoa de boa parte dos personagens que habitam o animado mundo do futebol. É como disse Nelson Ro­­drigues: "Qualquer jogador, ou qualquer técnico, ou qualquer dirigente tem a torva e a vaidade de uma prima-dona gagá, cheia de pelancas e varizes. Ninguém é modesto no futebol."

Pois agora os treinadores estão pagando um mico daqueles diante da impressionante irregularidade de todos os times. Basta a equipe ficar desfalcada do principal jogador para sentir os efeitos em campo e demonstrar que ela dependente do craque, pois o plano tático apresenta-se insuficiente.

Na última rodada todos os candidatos ao título perderam pontos e até mesmo o líder Pal­­meiras acabou goleado pelo Náutico, que apenas luta para não ser rebaixado. Muricy teve de reconhecer a limitação da sua equipe e comportou-se com um mínimo de educação na entrevista coletiva após o jogo.

O vice-líder São Paulo parece um time cansado e sem vibração, pois faz 1 a 0 e se acomoda em campo. Perdeu de virada para o Flamengo que foi o único vencedor entre os candidatos às vagas da Libertadores.

Comprova-se, cada vez mais, que quem ganha e perde as partidas é a alma.

Batalha platina

As duas margens do Rio da Prata não serão as mesmas depois do clássico entre Uruguai e Ar­­gentina, em Montevidéu.

Depois de ganhar do Peru nos acréscimos, com gol de Palermo impedido, a Argentina tentará vencer os uruguaios no Centenário para garantir a sua presença na Copa. Não será fácil já que o Uruguai reabilitou-se e certamente vai pressionar o tempo inteiro.

Agrava-se o drama argentino quando se sabe que a equipe não possui padrão de jogo, pela ausência de um técnico capaz e experiente – Maradona não passa de uma figura folclórica roendo as unhas ao lado do gramado – e os festejados melhores jogadores não conseguem render o esperado.

Outro complicador é o Equa­­dor que, se vencer o Chile, entra na briga.

Aqui, despedindo-se após a péssima atuação na derrota para a Bolívia, o Brasil tentará fechar as Eliminatórias em primeiro lugar.

A altitude de La Paz pode ser justificativa para muita coisa, mas o goleiro Julio César poderia ao menos ter levantado os pés naquele gol de falta e Diego Souza e Adriano desperdiçaram a oportunidade de convencer o técnico Dunga de suas convocações para a Copa.

Claro que o selecionador nacional já tem os 22 jogadores na cabeça e esta apenas concluindo todas as observações feitas.

O saldo de Dunga é altamente positivo, tanto que mais uma vez o Brasil chegará ao país da Copa como maior favorito ao título.

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