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No início dos anos 1960, um cantor de ópera de­­cide ir a um psiquiatra porque está passando por um grave problema. No palco, cantou uma ária de "Car­­men" que deixou a "prima donna" e o coro desconcertados: "Só Esso dá a seu carro o máximo. Só Esso dá a seu carro o máximo. Ve­­ja o que Esso faz."

O psiquiatra, vestido todo de branco, corrige o cantor na primeira sessão. Ao contracenar no­­­­vamente com a tal cantora gorda e alta, o tenor baixinho faz o maior sucesso.

Ele repete a mesma letra só que num outro ritmo vibrante. No final de tudo, o psiquiatra dá o diagnóstico: "Está tudo certo. Realmente seu carro é melhor porque você só usa Esso". Então, os dois embarcam no divã, que vira um carro de corrida e saem em disparada porta afora.

O jingle da Esso foi um estouro no rádio e na televisão. Não ha­­via criança que não soubesse de cor e salteado a música, que ga­­nhou dezenas de diferentes versões que iam da ópera ao samba e a bossa nova. O público adorava as gotinhas que simbolizavam a companhia americana de petróleo e elas eram an­­siosamen­­te esperadas nos intervalos do "Repórter Esso" na te­­levisão.

Um pouco mais à frente, a Esso lançou o slogan "Ponha um Tigre no seu carro". E um tigre faroleiro tomou o lugar das gotinhas.

Oportunamente, ao contratar Ademar Pantera, do Palmei­­ras, o Coritiba anunciou na es­­treia do atacante: "Ponha uma Pantera no seu time". Foi um su­­cesso de gols e público nos estádios até que as feijoadas começa­­ram a engordar o craque que te­­ve curta passagem pelo Alto da Glória.

Hoje em dia assistimos ao ocaso da espetacular carreira de Ronaldo Fenômeno. Con­­tra­­tado pelo Corinthians ele le­­van­­tou o time que estava voltando à Primeira Divisão com duas participações consecutivas na Libertadores.

Pena que o craque não tenha mais condição física para acom­­panhar o rit­­mo alucinante do seu prestígio como garoto propaganda. A parceria futebolística transformou-se apenas em sucesso de marketing.

Diz o antigo provérbio que "A propaganda é a alma do negócio" e, como vivemos na sociedade do espetáculo, tudo conta quando é para alguém aparecer, se projetar ou divulgar alguma mar­­ca comercial.

São vedetes, artistas, modelos, esportistas, enfim uma enor­­me gama de personagens que recheiam as páginas dos jornais e das revistas e as telas da televisão expondo o que possuem de melhor. Ou de pior, de­­pendendo do caso.

Dentro desse panorama, é per­­­­feitamente compreensível que o Atlético esteja tentando a reabilitação da iminente perda do turno do campeonato para o Co­­ritiba, com o retorno do campeão mundial Kléberson depois de oito anos e a possível contratação do astro Falcão como novo técnico do time.

Haverá aumento no fatura­­men­­to e na visibilidade do clube, mas fica a interrogação se o show de marketing se transformará em sucesso técnico da equipe dentro de campo.

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