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Como ocorre de quatro em quatro anos com a proximidade dos Jogos Olímpicos, o noticiá­rio esportivo apresenta-se recheado de histórias, lendas, heróis, recordes e decepções. Ao contrário da Copa do Mundo – o outro evento esportivo de grande escala e audiência maciça –, no qual o Brasil é protagonista, na Olimpíada os nossos atletas são meros coadjuvantes, com as exceções de praxe que apenas confirmam a regra.

Infelizmente ainda não temos políticas públicas para a criação de uma verdadeira geração olímpica, mas daí seria esperar demais de um país sem políticas públicas definidas para tantos problemas mais sérios e, sobretudo, com poucas obras estruturais.

Na realidade, estamos perdendo o bonde da história nos últimos anos com a execução de uma política assistencialista por meio de programas como o Bolsa Família, automóveis enchendo as ruas e telefones celulares para todos, mas nada de recuperar, efetivamente, a saúde, o ensino, a segurança pública e, sobretudo, a infraestrutura logística para o crescimento econômico nos níveis de outras potências emergentes como China, Índia e Rússia, por exemplo.

Sem esquecer o lamentável loteamento de cargos importantes por meio de negociações com os diversos partidos da base aliada, o baixo nível nas relações e entendimentos da classe política sem ética e sem pudor, o inaceitável grau de corrupção que impera na política, a iniquidade e a inutilidade das CPIs criadas no parlamento, os escândalos exaustivamente denunciados pela imprensa e os superfaturamentos em obras públicas. Agora, o governo federal começa a sentir os calafrios da grave crise que se abate sobre as nações mais desenvolvidas e que está batendo em nossas portas.

Mas, dentre as nossas frustrações olímpicas através dos tempos, a mais saliente é a obsessão do futebol pela medalha de ouro, até hoje inédita. Embora grandes jogadores tenham vestido a camisa da seleção na Olimpíada, quase nunca foi realizada uma preparação à altura de quem busca o título jamais conquistado. Uma viagem no tempo revela a quantidade de astros que já participaram, sem sucesso, na busca da medalha dourada.

Desta feita, o técnico Mano Menezes e o preparador físico Carlinhos Neves ganharam alguns dias a mais para o condicionamento tático, técnico e físico da seleção, mas nem mesmo a escolha dos melhores jogadores no momento aponta a seleção nacional como uma das favoritas para o ouro olímpico. Antes, pelo contrário, a seleção chega a Londres sob um halo de desconfiança. Mas isso pode até funcionar positivamente, pois baixa a bola da meninada que deverá entrar em campo com humildade e sabendo que todos terão de ralar muito para chegar ao pódio.

O desempenho dos jogadores será fundamental para o planejamento até a Copa de 2014 e o futuro de Mano Menezes depende do sucesso da equipe.

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