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É inevitável tratar do tema de racismo antes dos aspectos técnicos da partida entre Atlético e Palmeiras. Os lamentáveis acontecimentos da semana passada provocaram o indiciamento de Danilo por injúria racial, o que significa o seu afastamento dos gramados durante um bom tempo se for condenado pelo STJD. Na Justiça comum não se tem notícia do andamento do processo iniciado em uma delegacia de polícia da capital paulista, logo depois do jogo, quando o atleta do Palmeiras foi denunciado por Manoel, do Atlético.

O jogo desta noite tornou-se de alto risco pelo delicado potencial contido, tanto dentro quanto fora de campo. Fora, porque a torcida atleticana promoverá manifestações de apoio a Manoel e contra atitudes racistas que vêm sendo condenadas pelo mundo afora; dentro, porque os mesmos jogadores estarão frente a frente, exceto Paulo Baier, que foi expulso. Por isso o policiamento deveria ser reforçado e o árbitro muito seguro na condução do jogo.

Chama a atenção o ódio destilado contra o Atlético por alguns jogadores com passagens recentes pelo clube, como Danilo, Dago­­berto, Aloísio, Jancarlos, Rafael Mou­­ra e, no último domingo, Marcos Aurélio. Autor do gol que deu o título ao Coritiba e muito fes­tejado pela excelente atuação, Marcos Aurélio revelou sentir especial prazer ao vencer o Atlé­­tico.

Será que esses jogadores foram tão maltratados no CT do Caju ou só ficaram contrariados no momento das discussões em torno de seus contratos profissionais? Pela relevância dos casos e a repercussão das manifestações dos jogadores, entendo que caberia uma nota por parte da diretoria rubro-negra, esclarecendo os tempestuosos episódios.

O jogo

Vencedor em casa, o Palmeiras jogará pelo empate para classificar-se e, provavelmente, jogará de maneira cautelosa, mesmo porque não atravessa bom momento técnico e segue recheado de problemas internos.

Aliás, o Palmeiras foi vítima da política equivocada de elevado investimento na contratação de técnicos em vez de melhorar o gabarito dos jogadores. Foi gasto um dinheirão com Luxemburgo e Muricy e nem vaga na Libertadores o clube conseguiu.

Perdedor fora, o Atlético tentará reverter na Arena aproveitando o clima emocional estabelecido com a infeliz manifestação de Danilo.

Tática e tecnicamente, porém, o Fu­­racão continua indefinido. Ele conseguiu iniciar e terminar o Estadual sem organizar o time titular. No final do quarto mês do ano e às vésperas de estrear no Bra­­si­­lei­­ro o técnico Lean­­dro Nieheus continua atrás de um ala-direito capaz, de um segundo volante ta­­lentoso e, sobretudo, de um meia-armador que divida as tarefas com o veterano Paulo Baier.

O Atlético terá de mostrar muita aplicação para superar-se e se­­guir na Copa do Brasil.

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