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Terminou o segundo pior Campeonato Paranaense de todos os tempos – o primeiro foi o do ano passado, com o mesmo regulamento – e se espera que o próximo, se possível, seja menos ruim.

As excentricidades de políticos, governantes e cartolas do futebol brasileiro bem que merecem um ensaio competente, puxado a antropologia, psicologia, sociologia. É um desafio que cai sobre as pessoas sensatas, as cabeças pensantes do país.

O excêntrico regulamento do campeonato estadual, com o famigerado supermando, constituiu-se em legítima criação araucariana. É coisa nossa.

Uma espécie de gravatas-borboleta, meias brancas ou vermelhas, kilts escoceses, calças listradas americanas, chapéu-coco inglês, chapéu de cangaceiro nordestino, bicicleta enfeitada de baiano, bombachas, grandes costeletas e bigodões que adornam os gaúchos.

São traços de personalidade, um selo psicológico e uma inspiração para caricaturistas e humoristas em geral.

Recursos ao tapetão, WO, essas coisas são corriqueiras em qualquer campeonato mal organizado que se preze. O supermando, não. O supermando é um luxo com a grife da Federação Paranaense de Futebol. Com direito a registro "Made in Paraná".

A excentricidade do regulamento do campeonato estadual é um selo essencialmente local. Será inscrito nos anais da história e, felizmente, perdeu a validade. Antes tarde do que nunca.

Ameaça

O ministro do Esporte, Orlando Silva, avisou que algumas cidades podem ser excluídas da Copa do Mundo no Brasil por conta das dificuldades para o início das obras nos estádios.

É mais ou menos o seguinte: nos locais em que o dinheiro público pode jorrar à vontade os estádios vão sair do chão e, nos locais em que foram escolhidos estádios particulares, corre-se o risco de ficar fora da festa.

Em um país repleto de problemas estruturais, sociais, morais e éticos não surpreende a dinheirama destinada à construção ou recuperação de estádios públicos. Há quem acredite em fiscalização eficaz para evitar a repetição do estrago verificado na organização dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro.

São Paulo, Atlético e Interna­­cional são os donos das praças privadas escolhidas e, consequentemente, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são as cidades que correm o risco de serem rifadas.

Já imaginaram o ‘sul maravilha’ fora da Copa?

A Fifa monta o circo em parceria com a CBF com faturamento garantido, e o governo terá que se virar.

Muitos setores públicos e privados serão beneficiados com o Mundial e a receita será extraordinária. Porém veja o caso do São Paulo, por exemplo, que poderá ficar com o Morumbi quase totalmente fechado aos sócios por até seis meses porque a colocação da área de hospitalidade para convidados da Fifa dentro da área social exige essa providência. Quem pagará o prejuízo do clube?

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