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Aos poucos o torcedor volta a ter contato com as atividades futebolísticas – se bem que, para os mais apaixonados, a televisão continuou apresentando jogos dos campeonatos eu­­ropeus, com destaque ao in­­glês, em ebulição com a brus­­ca queda técnica do Man­­chester United.

A propósito do futebol europeu, especialmente depois da belíssima exibição do Barcelona na goleada sobre o Santos, ficou a sensação de que o futebol brasileiro necessita, com a máxima urgência, despertar para uma realidade: o nosso atraso não se restringe à organização e à administração dos clubes, mas também à parte técnica e tática que ficou para trás.

Esqueçam o Barcelona, que é único, produto de uma filosofia de jogo implantada há décadas pelos holandeses que passaram pelo clube. O Barcelona sempre foi time de ponta, tanto que diversos dos melhores jogadores de cada época vestiram a sua camisa: Kubala, Czibor, Koc­­sis,Evaristo, Cruyff, Nees­­kens, Schuster, Lineker, Lau­­drup, Maradona, Ro­­mário, Stoichkov, Ronaldo, Rival­­do, Eto’o, Ronaldinho Gaú­­cho e, agora, Messi –, e man­­tém uma estrutura que provoca inveja até no seu maior e milionário concorrente, o Real Madrid.

Então, por favor, não considerem como séria qualquer promessa ou tentativa de alguma equipe mundial seguir as pegadas do Bar­­celona. Simplesmente não dá, da mesma maneira que ninguém conseguiu copiar os grandes do passado. Ou vocês acham que foram poucos aqueles que tentaram imitar a seleção húngara de 1954, o carrossel holandês de 1974 ou a seleção brasileira dos anos dourados do tricampeonato mundial? Mas como fazer, sem contar com jogadores do nível de Garrincha, Didi, Pelé, Gerson, Tostão, Rivelino e outros? O Barcelona bebeu na fonte e levou o técnico Rinus Mitchell e os principais jogadores da seleção holandesa, mantendo a ideia até os dias de hoje com a formação do time dentro de casa.

A solução para o problema é trabalhar com a máxima seriedade, começando por uma completa transformação nas categorias de base do futebol brasileiro, que se perdeu ao optar pela troca dos jogadores técnicos pelos jogadores fortões com pouca intimidade com a bola. Por isso, deixamos de revelar os antigos volantes que sabiam tratar a bola com elegância – Zito, Dino Sani, Zequinha, Carlinhos Violino, Clodoaldo, Carpeg­­giani, Fal­­cão, Cerezzo, Andrade, Mazi­­nho, entre outros – em troca dos brucutus que temos na atualidade.

Desapareceram os meias armadores de criação e os atacantes dribladores e goleadores que encantaram o mundo durante décadas.

O atual futebol das seleções espanhola, alemã e holandesa mostra, claramente, que se en­­contra a frente do defasado futebol que se pratica em nosso país.

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