Os campeonatos estaduais deixaram de ter a mesma motivação pelo simples fato de o futebol ter virado programa de televisão. Com isso as comparações se tornaram inevitáveis e o público, obviamente, notou as enormes diferenças técnicas entre as competições nacionais e internacionais com as refregas paroquiais.
Como a CBF e os clubes insistem em não elaborar um calendário racional, reduzindo os estaduais para os times que não participam dos torneios de maior porte, o que se observa é o esvaziamento dos estádios e das modernas arenas com o desinteresse do público.
No caso do Paranaense, o prejuízo acabou sendo maior pela forma como o Atlético encara a disputa. Há anos o presidente do clube vinha desprezando o estadual e mandando colocar em campo o time sub-23. Com a pressão sofrida pelo fracasso dos jovens, após patética atuação no clássico com o Coritiba, o mesmo dirigente que sustentava que o campeonato não valia nada determinou a escalação da equipe principal.
Voltando de pré-temporada na Espanha, mal condicionado e sem foco na conquista do título, o Atlético fracassou e acabou no Torneio da Morte.
O Paraná tem enfrentado tantas dificuldades que, neste momento, não é um time e não é um clube.
Foi destruído por dirigentes incapazes e os novos comandantes encontrarão dificuldade na reformulação do time para os desafios da Série B nacional, com início em maio.
Semifinais
As semifinais devem animar um pouco mais o torcedor dos clubes envolvidos na luta pelo título.
Foz do Iguaçu e Operário foram premiados pela superação, tendo em vista as situações que vinham experimentando. O Foz, pelas circunstancias inusitadas e as dificuldades na formação do elenco (afinal de contas saiu melhor do que a encomenda), valorizando o trabalho do técnico Edison Borges.
O Fantasma por ter iniciado profunda reestruturação em seus conceitos de gestão com reflexos positivos dentro do campo. Os jogos serão equilibrados.
Londrina e Coritiba são tradicionais adversários em momentos decisivos do nosso futebol. Há muita história embarcada nos seus confrontos.
Tudo começou com o título vencido pelo Coxa em 1959 dentro do estádio Vitorino Gonçalves Dias, o VGD. O Londrina deu o troco em 1962, comemorando a sua primeira conquista em pleno Alto da Glória.
Agora o time londrinense tenta o primeiro bicampeonato, mas não será tarefa fácil tendo em vista a queda técnica sofrida em comparação ao ano passado. Terá de encontrar forças e recursos para se impor ao Coritiba que embalou na fase de classificação.
A reformulação promovida pelo treinador Marquinhos Santos com a base que restou somada aos novos contratados acabou se encaixando no conjunto.
O Coxa é o candidato mais forte, mas para confirmar o favoritismo terá de começar bem o duelo no Estádio do Café.
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