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Na mitologia grega, Cronos comia os próprios filhos, pois era deus do tempo e ninguém consegue vencer o tempo.

Cronologicamente, Zeus – filho de Cronos – conseguiu fugir do pai escondendo-se numa caverna, cresceu e criou o Olimpo – o paraíso dos deuses. Zeus tornou-se o maior dos deuses tanto na tradição grega quanto romana.

Na cronologia da crise atleticana, os atuais deuses do departamento de futebol também co­­mem os filhos na desesperada luta contra o tempo.

Os três primeiros meses do ano foram perdidos com o time sem entrosamento, os jogadores inseguros, os técnicos trocados e os resultados insatisfatórios.

Erros de avaliação do elenco e, sobretudo, contratações de jogadores tecnicamente medíocres como reforços levaram à destituição de Geninho nos mesmos moldes de Antônio Lopes, na temporada passada. Ou seja, os técnicos pagaram pelos equívocos dos dirigentes.

Ambos profissionais respeitáveis que ajudaram o Furacão em diversas situações, sendo Ge­­ninho elevado à condição de ídolo da torcida por conta do título de campeão brasileiro.

Ambos, lamentavelmente, fo­­ram desconsiderados e grosseiramente dispensados. Reagiram à altura e, com profunda indignação, não aceitaram a traição so­­frida.

Esse tipo de comportamento gera desconfiança no elenco e inibe a criação do ambiente de camaradagem imprescindível para o êxito de qualquer equipe.

Geninho foi contratado a contragosto e no momento errado, pois as preferências recaiam so­­bre Falcão e Caio Júnior. Acabou mostrando o seu valor, tanto que teve bom aproveitamento e só falhou mesmo na derrota para o Operário, na qual manteve Manoel improvisado como ala o primeiro tempo inteiro. Por ali, o time de Ponta Grossa fez os dois gols que liquidaram o sonho do título para os atleticanos.

Para completar a infelicidade, após o jogo Geninho apontou a Arena da Baixada como uma armadilha e censurou a torcida pelas vaias. Foi o que bastou para queimar o filme. Dali em diante manteve-se com sobrevida, surpreendendo com o trabalho de domingo na vitória sobre o Paraná.

O profundo desgaste da diretoria persistiu, pois como havia decidido mandar Geninho embora antes do clássico, teve de fazê-lo em cima de um triunfo, oferecendo fortes argumentos ao treinador que, justamente, sentiu-se injustiçado.

Adilson Batista assume, aparentemente dentro de um novo panorama: com transformações no CT do Caju, dispensas, novos jogadores que efetivamente signifiquem reforços e o apoio geral.

Adilson é prata da casa, revelado nas categorias de base onde ganhou o apelido de Pezão, consagrado como excelente zagueiro e, mais tarde, como competente técnico.

Sabe que o desafio não é pequeno e que o clube atravessa explosivo momento político. Só mesmo uma sequência de bons resultados conseguirá transformar o ambiente carregado na Arena da Baixada.

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