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No embalo das manifestações que tomam conta das ruas das principais capitais, o técnico Felipão peitou a Fifa e abriu para o público o treino da seleção em Fortaleza. Se Mano Menezes era indeciso, Felipão é decidido.

Quando as coisas não caminham bem ou os resultados demoram a aparecer, como tem ocorrido com a seleção brasileira nos últimos anos de incertezas e insucessos, não dá para se mostrar inseguro. Foi isso que derrubou Mano Menezes da mesma forma que encerrou a carreira de Parreira, como técnico de ponta, após o fracasso na Copa de 2006.

Com um envelhecido Zagallo como escudeiro, Parreira não conseguiu administrar os egos de um time recheado de trabalhosas estrelas, com destaque a Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e outros menos votados.

Na patética arrumada de meia do lateral Roberto Carlos, a França iniciou a jogada do gol que eliminou o Brasil nas quartas de final, mesmo com uma constelação de craques que nem de longe se observa nessa equipe que tenta reabilitar-se na Copa das Confederações.

É importante entender que existem claras diferenças entre treinar um clube e o escrete nacional. Em um clube, o treinador precisa definir o estilo de jogo do time de acordo com as peças que possui. O orçamento dos clubes é limitado e não é possível ter o jogador ideal para cada posição. Na seleção, a história é outra. Em um país com tantos bons jogadores é inadmissível um técnico se apresentar para treinar a seleção sem ter uma concepção de jogo definida.

Basta o sujeito escolher o padrão que deseja: dois ou três zagueiros, um ou dois volantes, 4-4-2 ou seja lá o que imaginar, terá os melhores jogadores à sua disposição. Dunga, por exemplo, mostrou-se mais decidido que Mano Menezes simplesmente porque tinha uma proposta tática. O time encorpou-se e foi muito infeliz naquela partida com a Holanda, na Copa de 2010, quando acabou eliminado mais pelas falhas do goleiro Júlio César e das atitudes de Felipe Melo do que pelo conjunto.

Com Dunga o Brasil surrou a Argentina várias vezes, ganhou a Copa América, as Eliminatórias e a Copa das Confederações. O erro de Dunga foi de gestão ao insistir com o "grupo fechado" e manter relações inamistosas com boa parte da imprensa.

Felipão voltou e com ele um futebol mais pragmático. O torcedor começa a decorar a escalação do time, começa a entender a proposta do treinador e, sobretudo, começa a acreditar de novo nas possibilidades da seleção. Felipão e os jogadores entenderam o desafio de jogar duas Copas em casa e a importância de fazer o torcedor se apaixonar novamente pela camisa canarinho.

No jogo com o México esta tarde a equipe brasileira terá a oportunidade de mostrar novas facetas do novo momento que vive, bastando para isso jogar com aplicação, atenção defensiva, aproximação no meio de campo e decisão no ataque. Arriba!

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