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A televisão revolucionou os meios de comunicação e a vida das pessoas.

A frase de Nélson Rodrigues é lapidar: "A tevê acabou com a janela".

Como a maioria dos esportes nasceu muito antes do advento da televisão, ainda estamos passando por um período de adaptação.

Discute-se em várias frentes se o futebol deve ou não aderir aos recursos tecnológicos de última geração para dirimir dúvidas durante os jogos. A Fifa segue reticente, se bem que em escala mais reduzida do que se podia observar até alguns anos. Os graves erros cometidos pela arbitragem na última Copa do Mundo expuseram a necessidade de servir-se do olho eletrônico para evitar prejuízos às equipes e, sobretudo, à própria imagem do futebol.

Como o futebol é um produto valioso, muitos também estudam a possibilidade de dois intervalos curtos, um em cada tempo de jogo, para a chamada dos comerciais nas redes de televisão e uma conversa mais direta dos técnicos com os jogadores, como acontece em outras modalidades esportivas.

O beisebol e o futebol americano surgiram antes da televisão, mas deixaram grandes espaços para os comerciais, como se soubessem que alguém um dia inventaria essa maquininha que conquistou o mundo inteiro.

Quando a Copa do Mundo foi disputada nos EUA muito se falou a respeito, pois lá tudo se baseia nos investimentos, na promoção e no faturamento. Mas não se mexeu em nada e a Copa de 1994 foi uma das mais fracas, tendo em vista o mau estado dos gramados, a adaptação de estádios de outras atividades para o futebol e a improvisação em geral, com as seleções tendo de realizar grandes deslocamentos aéreos naquele país de dimensões continentais.

O beisebol, como se sabe, tem mais espaço publicitário do que jogo. Os jogadores passam tanto tempo gesticulando, se coçando e ajeitando o boné que os lances parecem pequenos detalhes daquela coreografia.

No futebol não há espaço para intervalos comerciais, já que se trata de um jogo dinâmico e com intensa sucessão de lances diferentes. A partida, pela sua ação contínua, não oferece brechas suficientes para a veiculação de uma propaganda de 15 ou 30 segundos.

Os especialistas no assunto já concluíram que a única alternativa para aumentar a importância dos jogos de futebol na ótica dos anunciantes e patrocinadores será a definição de pelo menos um intervalo em cada tempo ou, como propõem os mais ávidos por bons negócios, um intervalo a cada 15 minutos para 1 minuto de propaganda.

Tão ou mais importante do que o faturamento dos promotores do espetáculo, dos times, dos jogadores e de toda aquela parafernália que emoldura os jogos, é a utilização racional da televisão para diminuir os erros de interpretação da arbitragem.

Está mais do que provado que dezenas de olhos eletrônicos enxergam muito mais que os olhos dos árbitros e dos bandeirinhas.

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