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Enuncia o antigo bordão futebolístico que é possível extrair boas lições de algumas derrotas. Seriam derrotas pedagógicas, segundo os analistas mais classudos do nosso rádio esportivo. Prefiro tirar lições das vitórias, especialmente as conquistadas com brilhantismo e dificuldades, como aconteceu com o Atlético, sábado, no Serra Dourada.

O time começou o jogo exatamente como se espera de quem ostenta o apelido de Furacão: fechou os espaços, intensificou a movimentação pela meia-cancha e pressionou em velocidade, desconcertando o adversário até marcar dois gols em 15 minutos.

Naturalmente, diminuiu o ritmo, cadenciou, passou a valorizar o passe e, consequentemente, atacou menos. Cedeu terreno ao homônimo goiano, que começou a ameaçar a meta de Neto, que andou trabalhando com competência. Como Bruno Costa não se adaptou à ala, René Simões mandou a sua equipe atacar pelo lado direito e por pouco não foi diminuída a contagem no primeiro tempo.

Na etapa final, o panorama foi o mesmo, com o time de Carpegiani se defendendo com segurança – soberba a atuação de Rhodolfo – e procurando surpreender no contra-ataque. Complicou quando o zagueiro Leandro falhou e Diogo Galvão marcou o gol goiano, enquanto nenhum contragolpe foi encaixado pelos paranaenses.

Foram desperdiçadas no mínimo uma dúzia de ótimas oportunidades para a marcação do terceiro gol, que tranquilizaria a partida, tensa até o final. Tudo porque, ao tentar organizar o ataque, os passes saíram errados na origem ou os lançamentos longos foram mal elaborados.

Apesar do esforço e da importante função tática exercida por Guer­rón, quem arrebentou com o jogo foi o meia Branquinho, não só pelos dois gols – desta feita ele teve calma, olhou para a meta antes de chutar e caprichou –, mas também pela movimentação. Quem destoou foi Maikon Leite, que nos últimos jogos parece namoro antigo: muito toque e pouca penetração. Zagueiros e vo­­lantes estiveram em plano elevado.

Heracles entrou bem e mostrou que pode ser uma opção segura para a ala esquerda, enquanto Elder Gran­­­­­­ja, que vem batendo cabeça há muito tempo em diversos clubes, de­­ve se agarrar na chance que recebeu.

Então, entre as lições que ficaram da importante e merecida vitória, destacaria a qualidade do passe, que tem sido o ponto baixo da equipe nesta esplêndida campanha de recuperação. Se conseguirem melhorar o aproveitamento deste fundamento essencial, os jogadores estarão dando o passo decisivo para a concretização de sonhos mais altos ainda nesta temporada.

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