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O eterno maior templo do futebol brasileiro viverá mais uma noite de campeão, e os eleitos para a grande celebração são Atlético e Flamengo. A final da Copa do Brasil adquiriu moldura dourada pela mística do Maracanã. Por mais que se pretenda encontrar um halo de mistério ou algum revestimento emocional no jogo final, a verdade é que ele se resolverá como todos no futebol: no campo, pelos 22 jogadores mostrando o que sabem e o que podem fazer com a bola, sem misticismo ou qualquer artifício oculto. Nem mesmo a leve vantagem do regulamento, adquirida pelo Flamengo com a marcação do gol fora de casa, pode ser levada em consideração. Afinal, como dizia o genial filosofo inglês Bertrand Russel: "A matemática é a única ciência em que alguém nunca sabe o que o outro está dizendo, nem se o que está dizendo é verdade". Basta um gol do Atlético para que todas as teorias matemáticas acabem.

Cada gol atleticano terá o peso ponderável de dois. E se foi isso que atormentou a equipe paranaense na primeira partida – o medo de sofrer gol em casa –, tornando-a cautelosa, presa e muito indecisa para quem se acostumou a ver os seus adversários acuados na Vila Capanema, o Flamengo que não conte com refresco logo mais no Maracanã.

Se Geninho levou para o vestiário antes da final de 2001, em São Caetano, uma caixa com as faixas de campeão brasileiro e disse aos jogadores que só dependia deles usá-las ou não depois do jogo, bem que Vagner Mancini pode chegar esta noite e concluir as recomendações com um sonoro: "Não temos nada a perder e vamos partir para cima porque eles não são melhores do que nós".

De nada adiantará uma postura contida, como na partida anterior, pois o adversário entrará campeão beneficiado pelo empate sem gols, e só mesmo atacando é que o Atlético poderá mudar o roteiro, calar o Maracanã e entrar para a história.

Há rigoroso equilíbrio entre os times, que pouco erraram nas diversas etapas da Copa do Brasil. Antes, pelo contrário, os finalistas se superaram e eliminaram adversários tecnicamente com elencos mais fortes, como Cruzeiro, Botafogo, Internacional e Grêmio.

O Flamengo de Jayme de Almeida tornou-se maduro e inteligente, com uma retaguarda bem estruturada, meio de campo com mobilidade e um ataque realizador, especialmente através do oportunista Hernane. O ponta de lança Paulinho é o craque do time carioca.

O Atlético precisa tomar cuidado porque sendo uma equipe jovem, aceita provocações e acaba prejudicado. Como se trata de uma decisão com casa cheia e toda a festa preparada para o adversário, exige-se muita cabeça fria em todos os lances. O poder de marcação terá de ser realçado para inibir a volúpia do ataque flamenguista – e a garra e a união dos jogadores terão de prevalecer sob a liderança de Paulo Baier e o poder de fogo de Marcelo e Éderson.

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