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Apesar da grande distância, em termos de investimentos e organização, entre o atual futebol eu­­ro­­peu e o brasileiro, um representante nosso terá nova chance de surpreender.

Se a IFFHS – Federação Interna­­cional de História e Estatísticas de Futebol – aponta nítida superioridade dos europeus sobre os sul-americanos na primeira década do século 21, é importante lembrar que São Paulo e Internacional sa­­graram-se campeões mundiais de clubes, derrotando nas decisões Li­­ver­­pool e Barcelona, respectivamente.

Agora o time gaúcho voltará a disputar o torneio promovido pela Fifa e, pelo que vem apresentando a Internazionale de Milão – o ad­­versário mais difícil a ser batido –, reúne condições técnicas de alcançar o bicampeonato mundial.

Tudo porque em torneios mata-mata, com poucas partidas, conta muito a aplicação dos jogadores e o fator sorte, exatamente como ocorreu nos confrontos do São Paulo com o Liverpool e do Inter com o Barcelona.

EFABULATIVO: No início do Campeonato Paranaense de 1978 – aquele que se encerrou com a histórica final Atletiba em três jogos sem gols, a prorrogação sem gols e o triunfo coxa-branca nos pênaltis, graças à categoria do goleiro Manga – o Coritiba apresentou como principais atrações os veteranos Manga e Pedro Rocha.

A disputa começou animada. Nos primeiros jogos Manga não sofreu nenhum gol – 3 a 0 no Igua­­çu e 0 a 0 com o Colorado – e estava programado para domingo o primeiro Atletiba do ano, como sempre no Alto da Glória.

Eu dirigia a Rádio Clube Para­­naense e resolvi fazer uma promoção em torno do clássico: o jo­­gador do Atlético que marcasse o primeiro gol em Manga ganharia um auto-rádio Bosch das Lojas HM, e o goleiro do Coxa ficaria com o prêmio se saísse invicto de campo.

O repórter Paulo Mosimann – o Foguetinho – comunicou Man­­ga, afinal ninguém esperava que na rodada de quarta feira o Rio Branco de Paranaguá conseguisse vazar a meta do Coritiba. As chamadas na B-2 foram ao ar desde domingo à noite.

Chegou quarta-feira e não é que o Rio Branco surpreendeu o Coxa, em pleno Alto da Glória, e venceu por 1 a 0. Imediatamente os anúncios foram cancelados e a promoção suspensa.

Veio o Atletiba no domingo, o Coritiba venceu por 1 a 0 e Manga correu atrás do Foguetinho pedindo o prêmio. Ele explicou ao goleiro que em virtude do gol sofrido na quarta-feira a emissora desistiu de fazer a premiação.

Manga continuou cobrando até que na semana seguinte apareceu em minha sala, acompanhado pelo Foguetinho, exigindo o auto-rádio. Tentei argumentar com aquela figura de mãos enormes e com todos os dedos tortos, mas em poucos minutos percebi que na base do diálogo seria im­­possível.

Abri o armário onde ficavam os prêmios e entreguei um belíssimo Blaupunkt para Manguinha colocar no automóvel. Ele foi embora feliz como uma criança.

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