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O futebol paranaense, que deixou de ser periférico durante curto período, voltou ao lugar comum e tem merecido críticas.

É importante destacar que não representa pecado ser um futebol periférico. Afinal, no conjunto, com a exceção da produção agrícola e de uma ou outra iniciativa, o estado do Paraná ainda não conseguiu se firmar como potência política ou industrial. Portanto, o seu futebol anda na média e o período de destaque deu-se em curto espaço, durante o qual o Atlético inaugurou o mais moderno estádio e o melhor centro de treinamentos do país, disputou três vezes a Libertadores, foi campeão e vice brasileiro e vice da Libertadores; o Coritiba voltou a disputar a Libertadores e o Paraná também conquistou a sua primeira oportunidade na maior competição continental.

Porém, ao contrário do que se imaginava, em vez de decolar o futebol estadual regrediu.

E bruscamente, tanto que Coritiba e Paraná caíram para a Segunda Divisão, sendo que o Tricolor ainda não voltou e o Atlético há cinco temporadas ensaia para ser rebaixado.

Para entender as razões que inibiram a entrada definitiva do nosso futebol no seleto clube dos grandes é preciso interpretar o descompasso entre o discurso dos dirigentes e a carpintaria. Ou, por outra, analisar o contraste entre a ênfase com que eles defendem reiteradas vezes as suas administrações e a extrema vulnerabilidade a que Atlético, Coritiba e Paraná, em razão da própria estrutura de cada um, expõe nos campeonatos nacionais.

Mas esse não é o único descompasso entre as palavras dos cartolas locais e os fatos. Existem outros, tais como a insistência na contratação de quantidades enormes de jogadores tecnicamente medíocres, em vez de investir, como fazem os clubes bem-sucedidos, em craques de primeira linha mesclados aos jovens pinçados nas categorias de base ou no mercado.

Vejam o caso do Corinthians que, sem grandes investimentos, inclusive com jogadores que atuaram por aqui, ressurgiu de forma retumbante apresentando Ronaldo como a cereja do bolo. Acertou na escolha do técnico e as contratações foram de uma precisão cirúrgica.

Ao contrário, os nossos clubes incham os elencos, não conseguem segurar as melhores revelações e mudam demais de treinadores, deixando de ser competitivos.

Porém o torcedor paranaense gostou da experiência quando os nossos times deixaram de ser coadjuvantes e passaram a interpretar o papel de protagonistas.

Ficou aquele gostinho de quero mais, tanto que se associou em massa ao primeiro chamamento da dupla Atletiba, tem lotado o Alto da Glória e a Arena, mesmo assistindo a apresentações irregulares.

Esse torcedor não se conforma com a decadência técnica das nossas equipes e, com razão, cobra administrações mais criativas e, sobretudo, mais eficientes dos gestores eleitos.

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