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Depois de meio século acompanhando futebol profissionalmente, acredito ter aprendido algumas coisas. Uma delas é o fenômeno de que alguns jogadores rendem mais em um time do que em outro. Às vezes, sem os mesmos recursos daquele onde não se deu bem. O ambiente que facilita a adaptação, a camaradagem entre dirigentes e profissionais, o carinho da torcida, poderia enumerar um rosário de motivos que levam um atleta a produzir melhor em alguns times e não se dar bem em outros.

Com treinadores é a mesma coisa. Tem técnico com a cara do clube, identificando-se com a história, os costumes e o jeito das pessoas. Este é o caso de Marquinhos Santos com o Coritiba. Simples, estudioso, objetivo e sabendo montar a equipe, ele retornou para ajudar em um momento de dificuldade, foi prestigiado e mantido pela nova diretoria que deve estar contente com o trabalho apresentado.

Ao contrário do ano passado, o novo Coxa que desponta como maior favorito a conquista do título estadual mostra consistência tática, estrutura em todos os setores e com os jogadores demonstrando vontade de vencer. Não é à toa que jogadores como Negueba, Wallyson, Alan Santos ou Wellington Paulista, que saíram por baixo dos clubes anteriores, estão rendendo acima das expectativas e ajudando Marquinhos Santos na montagem do grupo.

Quando pisar o gramado do estádio do Café, domingo, para o duelo com o Londrina, novos capítulos da longa história do Coritiba serão escritos. No antigo estádio Vitorino Gonçalves Dias, em 1959, o Coxa venceu o Londrina na primeira decisão estadual entre os campeões do Sul e do Norte. A integração só aconteceu em 1966, depois da inauguração da Rodovia do Café.

O novo Fantasma

Ao contrário da maioria dos times do interior que consegue sobreviver ao calendário injusto do futebol brasileiro, o Operário Ferroviário jamais quebrou ou mudou de nome. Ele mantém a sua tradição centenária intocada como referência de Ponta Grossa e da região onde reina como o “Fantasma dos Campos”.

Jamais foi campeão estadual, mas detém o maior número de vice-campeonatos, indicando que tradicionalmente forma times que cumprem campanhas satisfatórias.

O novo Fantasma começou com o retorno do experiente dirigente Antonio Mikulis, que reuniu um grupo de empresários da cidade para melhorar as condições do estádio Germano Kruger e contratar bons jogadores.

Itamar Schulle é um gaúcho que conhece os caminhos da bola e indiciou jogadores tarimbados que foram mesclados a jovens entusiasmados, reunindo um elenco competitivo ao ponto de aplicar uma goleada no Paraná e quebrando longo tabu em Vila Oficinas.

Claro que o sonho de voltar a decidir o título existe, mas o objetivo palpável é assegurar uma vaga na Copa do Brasil e se organizar para a Série D.

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