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Uma das coisas mais prazerosas do futebol é re­­cordar, e homenagear, os grandes times que construíram a grandeza dos maiores clubes.

O Coritiba acaba de alcançar o expressivo número de 27 jogos sem perder no Campeonato Pa­­ranaense. Não é pouca coisa e a fa­­çanha merece ser comemorada pela torcida coxa-branca.

Não apenas pelo vasto contingente de aficionados do clube, mas por todos aqueles que, verdadeiramente, amam e cultivam a arte do futebol.

Não é preciso identificar-se com as cores de uma equipe para admirar a sua capacidade criativa em campo. Basta gostar de futebol, do bom futebol praticado por jogadores capacitados, que se entendem por sinais imperceptíveis ou, como se diz na gíria da bola, se entendem por música.

Assisti a muitos times eficientes através dos tempos e o Coritiba é o "case" do momento.

Até hoje não esqueço da primeira vez que vi o time do Cori­­tiba entrar em campo. Foi num amistoso com o Grêmio Oeste, em Guarapuava, e eu participei da preliminar. O árbitro foi Victor Marcassa, famoso por ser bom apitador e torcedor do Coxa, muito amigo de meu pai, que era Juiz de Direito na comarca.

Fedato, o lendário capitão, puxou a fila vindo a seguir Ha­­milton, Julinho, Bequinha, Carazzai, Guimarães, Miltinho, Almir, Ivo, Duílio e Ronald. Que espetáculo! O Coritiba venceu por 5 a 3.

A sua principal característica sempre foi contratar um bom técnico – Felix Magno, Francisco Sarno, Filpo Nunes, Tim, Jorge Vieira, Enio Andrade, entre outros. E um bom goleiro – Rei, Ari, Hamilton, Célio, Joel Mendes, Jairo, Sergio, Manga, Mazzaropi, Rafael, Edson Bastos. Além de uma zaga firme e técnica ao mesmo tempo; um líder no meio de campo e atacantes goleadores.

Mesmo tendo sido campeão brasileiro, graças à força coletiva e às defesas de Rafael, para mim a melhor formação foi a do re­­corde de 27 partidas invictas em 1973: Jairo; Orlando, Ober­­dan, Cláudio e Nilo; Hidalgo e Ne­­greiros; Leo­­cádio, Kruger, Zé Ro­­berto e Aladim.

Essa escalação soa até hoje como um soneto nos ouvidos dos antigos torcedores alviverdes.

Os atuais recordistas possuem os tradicionais ingredientes de sucesso no Alto da Glória: Marcelo Oliveira encarnou o espírito do clube, Édson Bastos é um baita goleiro, a zaga ficou afinadíssima com a contratação de Emerson; Leandro Donizete lidera e Léo Ga­­go o substitui à altura; para fe­­char, o ataque é arrasador.

O inesperado rebaixamento nacional e as suas terríveis consequências fortaleceram o grupo, que se uniu de forma a tornar-se imbatível diante dos adversários locais.

Esse time escreveu com mérito o nome na história coxa-branca e entrou para a rica galeria dos seus ídolos imortais.

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