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É lamentável observar a rasa formação intelectual e profissional de muitos jogadores famosos no futebol brasileiro.

Mal orientados, ora por dirigentes de clubes, ora por empresários e intermediários, ao tentar extrair o máximo em termos financeiros os jogadores acabam queimando a imagem pública e saindo pela porta dos fundos.

Poderia apresentar um rosário de exemplos, mas prefiro ficar apenas com alguns mais recentes, como as melancólicas saídas de Robinho do Real Madrid e a seguir do Manchester City: muita badalação, muito dinheiro e pouco futebol com a imagem arranhada.

Aqui, os jovens Kelvin, no Pa­­ra­­ná, e Manoel, no Atlético, ga­­nha­­ram as manchetes pela forma equivocada com que resolveram pressionar por maiores rendimentos.

Mas quem tem protagonizado praticamente uma carreira pontuada de momentos inesquecíveis é Ronaldinho Gaúcho. Saiu pela porta dos fundos do Grêmio e está deixando o Milan de forma pouco honrosa para um craque da sua envergadura.

Revelado no Grêmio, o jogador causou polêmica ao usar a Lei Pelé para facilitar sua saída, gerando inúmeros protestos que até hoje não foram esquecidos pela torcida. Alguns chegaram a acusá-lo de traidor por ter assinado secretamente um pré-contrato com o Paris Saint-Germain. Durou pouco no futebol francês, iniciou-se um leilão parecido com esse que assistimos nos últimos dias e acabou indo para o Barcelona.

Eleito duas vezes o melhor do mundo e com atuações deslumbrantes no clube espanhol, caiu em desgraça juntamente com De­­co na perda do título mundial para o Internacional e saiu do Bar­­ça dispensado por Josep Guar­­diola. O técnico justificou que a falta de esforço do jogador – dedicado à plenitude da dolce vita dos milionários – prejudicaria o trabalho do grupo e que o clube estava acima de tudo.

A chegada ao Milan, como em todos os lugares por onde passou, foi cercada de pompa e circunstância, mas a produtividade sempre es­­teve bem abaixo do esperado. Fo­­ra de foco, fora de forma, Ronal­­di­nho Gaúcho sempre frequentou as baladas em detrimento da carreira. Perdeu espaço na seleção brasileira e, ironicamente, quando ga­­nhou nova chance com Mano Me­­nezes foi dispensado pelo clube italiano.

E o país passou os últimos dias assistindo ao leilão promovido pe­­lo senhor Roberto de Assis, ir­­mão e empresário do craque.

Está na cara que se trata mais de um empreendimento promocional do que um investimento técnico para o clube.

Mal condicionado fisicamente e tecnicamente em baixa, Ro­­naldinho Gaúcho vale pela visibilidade que propicia aos patrocinadores e, sobretudo, pelo aumento da venda de camisas e produtos relacionados ao clube. Além da sua utilidade inicial para incrementar os planos de expansão do quadro social.

Ele, como Ronaldo Fenômeno, deixou de ser um atleta de competição transformando-se em marca publicitária.

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