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Em momento de profundo descrédito das autoridades públicas e da classe política, nem os dirigentes do futebol conseguiram escapar. Mesmo com dois ex-presidentes da CBF denunciados pela Justiça americana – Ricardo Teixeira e José Maria Marin – e o atual presidente licenciado para evitar a destituição, os clubes se mostram incapazes de estabelecer uma nova ordem para o futebol brasileiro.

O movimento Bom Senso FC manifestou-se contra o atual estado de coisas na CBF, porém os principais cartolas continuam emudecidos.

Conta o folclore jornalístico que um repórter do extinto Jornal do Brasil telefonou para o icônico economista Eugenio Gudin atrás de notícia. Logo reconheceu a voz do ex-ministro da Fazenda atendendo do outro lado da linha, mas o jornalista cumpriu as formalidades dos contatos telefônicos profissionais:

- Alô

- Eu queria falar com o professor Eugenio Gudin, por favor.

- Quem deseja ?

- Fulano de tal, da editoria econômica do Jornal do Brasil.

- E qual é o assunto ?

- Gostaria de trocar ideias com ele!

- Pois não, meu filho, quais são as suas ideias?

A história é antiga, virou “case” divertido de embaraços da profissão-repórter, mas talvez sirva de roteiro para o diálogo que a sociedade aguarda das lideranças do país.

Há muito tempo não se via um embate político tão baixo, tão rasteiro e com tantos danos à economia nacional como este que a população, estarrecida, assiste praticamente desde a reeleição da presidente da República.

Fiquemos restritos ao esporte, que é a especialidade deste espaço. A troca de ideias seria muito mais eficiente entre os presidentes dos grandes times brasileiros do que a luta individual de cada um para melhorar a arrecadação na captação da verba oferecida pela televisão. Virou um tiroteio o embate por essa importante receita. Esquecem-se, entretanto, de que existem outras formas de faturamento como a conquista de grandes anunciantes para as modernas arenas, de espetáculos e shows, da ampliação dos quadros sociais e, sobretudo, o aprimoramento do trabalho na base para a revelação de bons jogadores que, em última análise, representa dinheiro em caixa.

Para que isso se efetivasse teria de haver entendimento e união entre os clubes com novas ideias. A criação de um verdadeiro calendário anual que atendesse às necessidades das equipes de todas as divisões, a recuperação moral da CBF, a reorganização do quadro de árbitros e o planejamento de campeonatos com fórmulas de disputa mais atraentes.

Mas, como eles pensam pequeno, ficam brigando por poder político, como se observa na mesquinha disputa pela presidência da incipiente Primeira Liga.

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