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Todos nós, em algum momento da vida, já nos deparamos com alguém mais ou menos próximo, ou nem tanto, que chega com aquele ar de suspense e dispara: tenho duas notícias para te dar, uma boa e outra ruim; qual você quer saber antes? Bem, no meu caso, e por coerência – eu que costumo tomar banho frio pela manhã mesmo no inverno – prefiro sempre o fel antes do mel. A notícia ruim excreta-se, a boa degusta-se.

Nos últimos dias, para variar, pipocaram notícias de escândalos no futebol por todos os lados. Manobras, desvios de contas, enfim, as lavas vulcânicas da corrupção voltaram a inundar as manchetes com novos e velhos conhecidos, como Ricardo Teixeira e o presidente do Barcelona, Sandro Rosell. Como o fato maior sempre abafa o menor, o foco saiu um pouco dos clubes brasileiros. Mesmo porque a corrupção não tem nacionalidade e o futebol é hoje um setor da economia muito forte em qualquer parte do mundo. É mais um capítulo que envolve ganância, falta de moral e de escrúpulos.

Por aqui, as coisas boas trazidas de dentro do campo pelos jogadores do Coritiba, estranhamente em queda brusca, agora mudaram de endereço caminhando para a Vila Capanema. Paraná e Atlético fazem de cada jogo um divertido piquenique, usando o mesmo jardim e a mesma barraca que abrigou, no ano santo de 1950, a Copa do Mundo. Imbatíveis dentro daquele estádio, os vizinhos desenvolvem uma campanha interessante até aqui.

Rubro-negros e paranistas oscilaram entre o céu e o inferno das finanças durante uma trajetória cheia de turbulências, e agora carregam perfis diferentes. Fora de campo o Paraná carrega o ônus de uma herança generosa que foi mal administrada, mas tem bala na agulha para se reerguer. Com a bola rolando tem elenco e treinador de muita qualidade e, se tiver sabedoria para mantê-los motivados, volta para a elite e reconquista o espaço sagrado.

O Atlético vive um momento diferente, de grande astral. Aprendeu com os erros. Depois da absurda ideia de firmar um contrato de 100 anos com o Pinheirão, leia-se Onaireves, (episódio que na época contestei e fui duramente criticado por entender que o bom seria reformar a sua casa, voltando para a Baixada), encontrou no ninho do apaixonado Farinhaque a galinha dos ovos de ouro. Teve, como todos, fases de êxtase e depressão até chegar ao ponto de equilíbrio.

Hoje, no campo, está cirurgicamente ajustado. Passa por um dos melhores momentos. O segredo de Mancini está na simplicidade, no óbvio e na excelente condição física do elenco. Paulo Baier, por exemplo, parece que rejuvenesceu. É um jogador que contagia. O time joga solto, descontraído, alegre. O torcedor já memoriza a escalação. E quando isso acontece, é só esperar por coisas boas.

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