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Vivenciei domingo passado River e Belgrano, "a Batalha de Nuñes". Foi uma experiência única. Para ficar junto ao público, compramos três ingressos a R$ 90 cada um. Lá fui eu, André Pugliesi e Nícolas França, que estão cobrindo a Copa América por esta Gazeta do Povo.

Várias coisas me chamaram a atenção. O início do jogo logo após a entrada dos times em campo foi uma delas. É mais racional e emocionante o atleta entrar no clima de imediato. Sem o pseudodever cívico (e compulsório) de ouvir o hino. E que prejudica o aquecimento dos jogadores.

Também a paixão do canto quase em prantos, foi incrível. O brado do torcedor parecia uma súplica. O árbitro e o Belgrano eram os carrascos levando o River para a forca. Desespero. Chororô, como diz o Gilberto Gil. Profundo. Doído. Embargado. Não adiantou. O gigante caiu. Depois aquele vandalismo que mídia passou para o mundo todo.

Bem, este foi o aspecto emocional de uma partida histórica. Mas outra situação me deixou muito confortável. Para eternizar com suas lentes as cenas ali vividas o fotógrafo Hedeson Alves precisava de autorização especial para entrar em campo. Embora dono do estádio, o River tirou o corpo fora. A Associação de Futebol da Argentina (AFA), também.

Calmo como só, Hedeson foi atrás dos seus direitos. E não foi difícil. Bastou um telefonema para a Argra, a Associação dos Fotógrafos deles. Uma hora antes da partida, no portão da imprensa, lá estava Diego, o presidente da entidade. A carteira da nossa Arfoc foi o suficiente. Nem River, nem AFA, nem a ONU o impediriam de trabalhar. O registro de cenas incríveis de dentro do campo ficou por conta do talento do profissional. O sindicato deles tem força e respeito. É um grande exemplo.

Palco iluminado

A Argentina ontem e o Brasil amanhã. As duas melhores escolas do mundo dão brilho ao futebol. É ouro e prata. La Plata é uma cidade de muitos estudantes vindos de toda a América Latina. Na planificação urbana, a cada seis quadras existe uma praça de onde partem vias diagonais. O "Estádio Único" – este o nome oficial – é considerado o mais moderno da América do Sul.

Acompanhando vários treinos da seleção em Car­­dales, penso que o Mano Menezes compõe o time do Brasil de uma forma correta. Se Ramires e Lucas estiverem inspirados, os outros setores fluirão fácil. A defesa é muito boa, e o quarteto Ganso, Robi­­nho, Pato e Neymar é unanimidade. Mas não esperem espetáculo. Será uma Copa para o gasto.

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