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A expressão "gol de placa", que entrou para sempre no dicionário do futebol como sinônimo de golaço, teve sua origem depois de uma obra-prima de Pelé, há 50 anos. Eu não vi o jogo desse gol (Fluminense e Santos), mas vivi com intensidade o significado dele. Inclusive criei o título e gerenciei por um bom tempo o programa de televisão chamado "Gol de Placa".

A placa de bronze que está Maracanã foi uma sugestão do jornalista Joelmir Betting, que era repórter esportivo. Na origem daquela pintura de gol, Pelé recua, chama todo o quadro do Flumi­­nense, enfileira cinco jogadores antes de marcar e assina seu nome na tela sagrada do estádio. A placa é simbólica, mas o gol se eternizou. Está na galeria dos artistas geniais, que transcendem no tempo.

A expressão também é usada para reverenciar alguém ou alguma atitude de dignidade. Por isso, o meu "gol de placa" deste sábado, vai para o outro santista: Neymar. Não por seus dribles, gols ou assistências preciosas, mas sim pela atitude correta ao assumir uma paternidade, sem apelar para exames de DNA.

Com este "gol", o mais bonito de sua carreira, Neymar pode e deve ser perdoado pelos escorregões e pisadas de bola que cometeu dentro e fora de campo. Não estão criando um monstro, mas sim "um monstro sagrado". Espero.

Impressão digital

Os clubes precisam daqueles que foram seus grandes ídolos, e que hoje estão em final de carreira. Servem como um elo de identidade entre o torcedor e o time. Paulo Rink é a cara do Atlético assim como Ricardinho e Alex, em relação a Coritiba e Paraná, respectivamente.

Para um ex-craque, gerenciar ou até mesmo presidir um clube – caso de Roberto Dinamite – é mais estável do que treinar um time. Renato Gaúcho está desgastado com o presidente do Grêmio e só fica no cargo, talvez, se ga­­nhar o título amanhã. Com Fal­­cão, em médio prazo, não será diferente.

Acredito muito na experiência e seriedade de Rink. Alex e Ricardinho, por sua vez, sempre demonstraram vontade de terminar seus dias nos clubes que os projetaram. Estes dois podem encerrar a carreira jogando no Paraná e no Coritiba antes de assumir um cargo diretivo.

Aconchego

Ceará, Vasco e Avaí se classificaram graças ao calor de seus ninhos e ao embalo carinhoso de seus torcedores. A proximidade com os jogadores transmite uma energia que faz a diferença. O vulcão do Alto da Glória não foi diferente na goleada que antecipou a classificação do Coritiba.

A Arena da Baixada há muito tem esse perfil. A Vila Capanema é que clama por uma aproximação da torcida com o jogador e vice-versa. Substituir a pista de asfalto - ineficaz e perigosa – por grama, já melhora. Estender o campo de jogo para a curva de fundos es­­­quenta o clima. Subs­­tituir alambrados por fosso aconchega.

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