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Na véspera das eleições no país, o Atletiba de hoje promove uma espécie de moção, em que os dois clubes debatem, no Alto da Glória, quais são as suas propostas reais e onde pensam chegar com a campanha deste ano.

Quando se trata de clássico, ouve-se que não há favorito, e que as pesquisas apontam para um empate técnico – podendo haver no futebol, é claro, o empate literal. Também é lugar-comum falar que um pequeno detalhe é que define o vencedor. Prefiro dizer que certos detalhes podem indicar uma probabilidade de favoritismo. A torcida do Coritiba, por exemplo, fará hoje uma espécie de boca de urna tão forte quanto fez a do Atlético domingo passado na Baixada. O fator campo pesa, mas não é determinante. Diante do equilíbrio técnico – pouco expressivo, diga-se – que existe no momento, a diferença fica por conta do talento individual e da entrega absoluta. A doação dos jogadores do Atlético contra o Corinthians foi transcendental e deu certo. Haverá força, porém, com o mesmo grau de intensidade outra vez?

Quanto ao plano individual, garimpando os dois elencos, é possível catar três valiosas peças que fazem a diferença: Vanderlei, Alex e Weverton. Alex é o Paulo Baier que falta ao Atlético. O líder carismático no setor de inteligência. Talvez esteja aí a única proposta de campanha diferenciada para este pleito, em que há de fato um empate técnico, com pequena vantagem coxa dentro da margem de erro. Para mais ou para menos.

Pós-jogo

Se o regime na política interna dos clubes fosse parlamentarista, pelas circunstâncias atuais haveria depois do jogo uma moção de censura para o perdedor, dissolução do parlamento e convocação de novas eleições. O modelo dos clubes, porém, é outro e, independentemente do resultado, nada vai mudar no alto escalão de quem quer que seja. Na prática, quando a coisa vai mal, a ação é ditatorial: treinador e comissão técnica são os únicos culpados por todas as falhas no conjunto da obra. "Justificativa" ultraconservadora.

Ao mestre, com carinho!

Recebi do professor René Dotti, preciosa mensagem sobre um artigo que escrevi dia 9 de agosto (a demora deve-se a questões técnicas em minha caixa eletrônica), intitulado "Coisa séria não dá voto". Escrevia na ocasião sobre a indiferença oficial em relação aos nossos jovens desportistas e ao número pífio de medalhas de ouro em 90 anos do atletismo olímpico brasileiro. "É um verdadeiro libelo de acusação. E indefensável", disse-me Dotti sobre a coluna. Confesso que me senti justo em relatar uma verdade do nosso esporte olímpico e ao mesmo tempo triste em saber que esta realidade é tão palpável que se torna indefensável. Principalmente pela ótica de um jurista com a envergadura do mestre René Dotti. Meu carinho e gratidão, professor. Obrigado!

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