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Ao longo de 15 anos, Alex funcionou como um remédio para qualquer dor da torcida coxa-branca. Sempre que parecia ser impossível o centroavante acertar o pé, o craque da vez entrar em forma, a zaga encontrar o tempo da bola, o goleiro parar de falhar, a mais nova promessa da base virar realidade e a diretoria do momento enxergar isso tudo, aparecia alguém com o calmante: "Quando o Alex voltar, a história vai ser outra".

Alex já voltou há três meses, mas seu retorno só ganhará materialidade a partir de amanhã, com a estreia diante do Colón. A diretoria alviverde percebeu que para a história realmente ser outra com Alex, não dá para tratá-lo como um messias que conduzirá o clube e seu povo à terra prometida.

Alex é a peça central de um elenco que precisava ser reforçado e foi. Bottinelli, Leandro Almeida e Julio Cesar trazem mais opções e qualidade. Rafinha, Deivid e Willian são bons remanescentes. Há vários garotos com grande potencial, como Luccas Claro, Bonfim, Djair e Primão. Marquinhos Santos pretende extrair desse elenco um time ofensivo, um bem-vindo ar fresco em um futebol asfixiado pela monocultura tática do 4-2-3-1.

No papel, uma teoria perfeita. Na prática, uma aposta que precisa encorpar e dar certo ao longo do ano. Mostrar que com Alex a história realmente pode ser outra. Amanhã, porém, muito mais do que pensar no que esse time construído em torno de Alex pode render, o torcedor deve ir ao Alto da Glória curtir o fim da espera de 15 anos pelo mais bem-sucedido jogador já formado no clube.

Sem acordo

Era para ser o marco zero de um período de trabalho conjunto entre os clubes. Acabou como mais uma demonstração da incapacidade de Coritiba, Atlético, Paraná e Federação chegarem a um acordo que permita ao futebol local caminhar pra frente. A confirmação de Atlético x Paraná para o Ecoestádio não apenas priva o torcedor de assistir aos clássicos do Paranaense – única coisa que se salva no arrastado torneio – em um estádio compatível, fosse o Couto ou a Vila. Também mata, a curto prazo, a perspectiva de o trio de ferro coordenar alguma iniciativa em conjunto.

Fora do estado, nos grandes centros, o futebol paranaense é visto como lixo. Clubes pequenos, formados e apoiados por caipiras, que vez ou outra fazem uma graça, mas costumeiramente sucumbem diante dos grandes. É palavra de quem até outro dia morava fora daqui e cansou de ouvir o futebol paranaense ser motivo de chacota.

O dinheiro está circulando cada vez mais no futebol brasileiro. E cada vez mais nas mesmas mãos, que não são as dos clubes paranaenses. Enquanto forem incapazes de articular uma ação conjunta que seja, Coritiba, Atlético e Paraná ficarão cada vez menores nacionalmente.

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