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Mesmo com os elencos milionários, recheados de supercraques, as maiores lições de um Barça-Madrid ao futebol brasileiro estão fora de campo. Tudo relacionado ao clássico espanhol se desenvolve com uma organização primorosa, que põe em primeiro lugar o respeito ao torcedor e a valorização do espetáculo.

Até três dias antes do jogo, os sócios do Barcelona têm a opção de colocar seus assentos à venda. O clube elaborou até um vídeo curto, divertido e certeiro pedindo aos associados que não deixem um lugar vazio sequer no estádio – e, como todo mundo gosta de desconto, oferece bonificações a quem avisa. A adesão a esse sistema é maciça.

Os assentos liberados foram vendidos pela internet. É verdade, o sistema caiu. Mas em cinco minutos foram vendidos 12 mil ingressos. A compra é feita, chega um aviso por e-mail com informações sobre como ter o bilhete na mão. Uma alternativa é imprimir em casa mesmo. A outra é levar o cartão de crédito e um documento ao Camp Nou que o clube imprime, tudo em menos de cinco minutos. E o mesmo ingresso serve para ter direito a entrada gratuita a qualquer partida dos esportes olímpicos ou do time B do Barcelona no intervalo de sete dias.

Para entrar no estádio não é preciso chegar horas antes, nem encarar filas quilométricas. Sobram acessos, todos muito bem orientados. Entrei no Camp Nou a 45 minutos do apito inicial e não havia 10 mil pessoas ali dentro. Quando o jogo começou, eram quase 100 mil. Sem estresse. Bem tratados desde a compra, os torcedores contribuem para o espetáculo. Um torcedor do Real Madrid consegue circular tranquilamente entre os torcedores do Barça. No máximo ouve um gracejo, reaje com bom humor e segue a vida. Isso em um clássico com enorme rivalidade além das quatro linhas, diretamente ligada à história espanhola.

Você pode dizer que é uma questão cultural. Verdade. Uma cultura de respeito. Respeito ao espectador, ao adversário, ao espetáculo. Uma forma que leva a um único caminho: o faturamento dos milhões investidos em elencos maravilhosos.

Gràcies

Há dois paranaenses brilhando no Barcelona. Um Adriano, lateral-esquerdo, titular absoluto. Outro é o Lucas Duarte, jornalista há dez anos na Catalunha, quando saiu da Tribuna do Paraná para fazer um mestrado e ficou por aqui. Desde maio ele cuida dos conteúdos em português do Barça para a internet. E, como um Iniesta, deixou a Gazeta do Povo na cara do gol para toda a cobertura pré-clássico. Como dizem os catalães: moltes gràcies, Lucas.

Aldeia

Após dez dias fora, entre Buenos Aires e Barcelona, com um breve pit stop em Curitiba e uma quicada em Madri, retomo, hoje, a rotina na capital paranaense. Reencontro um Coxa com o nó da gravata mais frouxo, um Atlético a quatro jogos da Libertadores e um Paraná que transformou em dúvida um acesso que ainda me parece certo. Com a proximidade, prometo voltar, na sexta-feira, a tratar dos nossos clubes.

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