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O adversário teria dificuldade para vencer To­­ledo, Rio Branco e Nacional de Rolândia. A fal­­ta de ritmo de quem há muito só treina criou algum contratempo. Mas o saldo da pri­­meira aparição do Atlético na temporada é positivo.

A opção de Ricardo Drubscky por escalar um time – à exceção de Daniel – várias vezes usado em 2012 encurtou o caminho para a vitória sobre o Ludogorets – pobre futebol búlgaro. O gerenciamento de meio de campo de João Paulo, a boa distribuição de jogadas de Elias, as arrancadas de Pedro Botelho, os lampejos de Felipe, o oportunismo de Marcão, tudo esteve ali, intacto. Abaixo do padrão mesmo só Marcelo e Cléberson, distraído em uma zaga que insiste em tomar gols de adversários que avançam pelo meio com a bola dominada.

Das poucas novidades, a melhor foi Everton, que tem de ser titular desse time. Felipe vai dançar cedo ou tarde. O duelo de quinta-feira, com o Dínamo de Kiev, deveria, mas não será um teste mais real para o Furacão. O artilheiro Ideye Brown joga a Copa Africana de Nações com a Nigéria; sete ucranianos foram chamados para o amistoso da seleção local com a Noruega, amanhã; como também estarão com suas seleções Kranjcar, Vukojevic e Domagoj Vida (croatas), Miguel Veloso (português) e Mehmedi (suíço). Restam, basicamente, o ótimo atacante argentino Mauro Zárate e o experiente lateral nigeriano Taiwo. Pouco diante do que o Dínamo poderia oferecer de resistência.

Seja qual for o resultado final do Atlético em Marbella, é cristalino que com a base do ano passado, acrescida apenas de Maranhão, Everton, Ciro e de quem se salvar do Paranaense, não basta para um Brasileirão seguro. É preciso reforçar mais.

Mistura brasileira

O Mineirão foi inaugurado com diversas falhas de estrutura e atendimento ao público. Vi o mesmo acontecer de perto na Arena do Grêmio, em dezembro. E li que o roteiro foi idêntico no novo Castelão, em janeiro. Nos três casos, a inauguração do estádio foi imposta por questões políticas. No Ceará e em Minas, para atender ao cronograma do governo federal e amansar a dona Fifa. No Rio Grande do Sul, para que Paulo Odone, o idealizador da Arena, inaugurasse o estádio antes de passar a presidência ao opositor Fábio Koff.

Semana passada, o gradil da Arena do Grêmio não suportou a primeira avalanche à vera de sua história. Avalanche que a polícia gaúcha chegou a proibir, mas voltou atrás por causa da pressão que, entre outras coisas, apontava a medida como recalque do seu comandante torcedor do Inter.

No Brasil as coisas funcionam assim. Na base da pressão, do jeitinho, da vista grossa, da guarda baixa do poder público. É assim na política, no futebol, na liberação de alvarás para casas noturnas. Dá um frio na espinha só de imaginar que daqui a pouco licitações, orçamentos, bom senso e o que for serão atropelados para pôr os outros dez estádios da Copa em pé – mesmo que bambo – no prazo que a dona Fifa exige.

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