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Há algumas semanas, um dia após o Coritiba derrotar o Toledo por 1 a 0, no Couto Pereira – o jogo em que Marcel não comemorou o gol e no qual a torcida vaiou duramente a equipe –, conversei por cerca de meia hora com o Felipe Ximenes, por telefone. Ele fez considerações sobre as condições em que a diretoria administra o clube.

Algumas são bem conhecidas, como o orçamento asfixiado por dívidas antigas que estão sendo quitadas. Outras derivam de simples raciocínio matemático: a vantagem financeira que o Coritiba tem sobre o Cianorte no Paranaense é proporcional à desvantagem para o Corinthians no Brasileiro – e exige-se que o Coxa vença tanto o mais pobre quanto o mais rico. E falou da complexa equação entre manter o elenco e a saúde financeira do clube – para segurar Léo Gago ou Bill, o clube teria de abrir mão de Rafinha ou Emerson.

Ontem, enquanto eu escrevia a coluna, li no site da firma uma reportagem sobre o artigo do coordenador do Centro de Excelência do Esporte do Coritiba, Glydston Ananias, com críticas ao calendário do futebol brasileiro, que eleva o risco de lesão dos jogadores.

Todas as colocações são perfeitas. Lembrar do labirinto financeiro que ainda é manter o Coritiba em pé ajuda a calibrar as cobranças ao clube. O abismo de receita entre as equipes realmente torna qualquer disputa desigual por princípio. Vale muito mais manter Rafinha e Emerson do que Léo Gago e Bill. O calendário brasileiro é um crime contra os jogadores... de todos os clubes médios e grandes do país, sem exceção.

Mas o cenário é, com pouca variação, o mesmo do ano passado. E em 2011 o Coritiba pegou o breu logo no início, enquanto 2012 até o momento é um ano em que o time insiste em não sair do lugar.

A diferença está no índice de acerto das contratações. Ano passado, ele foi elevado e o time encaixou instantaneamente. Neste, a maioria dos reforços ainda não deu retorno e o clube prevê uma melhora com quatro novas aquisições para o Brasileiro (um lateral-esquerdo, um volante, um meia e um centroavante). E aí entra a diferença para os clubes mais endinheirados do país.

Enquanto Flamengo e Corinthians têm caixa – e no primeiro caso, desapego à boa gestão – para fazer quantas contratações forem necessárias, o Coritiba precisa trabalhar com erro zero. É injusto, é desigual, mas é o cenário atual do futebol brasileiro.

Ao mesmo tempo em que faz todo sentido lutar para mudar essa realidade, o Coritiba – e vale o mesmo para o Atlético – precisa trabalhar e dar resultado dentro dela.

Limites

A crítica faz parte do futebol, o torcedor tem todo o direito de protestar quando o time vai mal, mas tudo tem um limite. E está além de qualquer limite ameaçar pessoas – direta ou anonimamente –, como foi feito com o Vilson Ribeiro de Andrade. Torcedor é torcedor, bandido é bandido e todo mundo que está envolvido com o futebol tem obrigação de trabalhar para separar estes dois grupos.

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