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A contratação de Guilher­­me Macuglia dá a medida exata da ambição paranista para a sequê­­ncia da Série B. E, acredite, isso não é um elogio. Macuglia tem a competência necessária para estancar a má fase da equipe e evitar que ela resulte em risco real de rebaixamento. Mas não vejo, dentro do cenário atual na Vila Capa­­nema, o novo treinador armando um time que brigue até o fim pelo acesso. A carreira de Macuglia recomenda essa desconfiança.

Os três trabalhos mais marcantes do treinador dão pistas importantes. No Criciúma campeão da Série C em 2006, a grande marca do seu currículo, chegou no meio da segunda fase. Contou com o precioso respaldo do auxiliar Luiz Gonzaga Milioli, o sujeito que mais conhece o Tigre catarinense, para extrair o melhor do elenco e vencer a competição. Fazendo uma comparação local, seria como, até alguns anos atrás, um novo treinador do Paraná contar com as dicas do Ary Marques.

No Coritiba de 2007, Macuglia participou da montagem do time e aí esteve sua grande contribuição para o acesso coxa-branca nas mãos de René Simões. Brigou por contratações como as de Édson Bastos e Jéci, deu a quilometragem necessária a alguns garotos vindos da base. Caiu porque errava seguidamente nas substituições em um momento em que era proibido errar no Alto da Glória. Era nítido que o time havia chegado ao limite com ele.

Avaliação semelhante deve ser feita da passagem pelo Guara­­tin­­gue­­tá, time que começou a montar em novembro de 2007, para entrar em campo em janeiro de 2008 e ser semifinalista do Paulistão três meses depois. O grande mérito foi a montagem do elenco. O resultado acabou sendo diferente porque teve tempo para trabalhar.

No Paraná ele não terá nada disso. O elenco já está montado e o resultado precisa ser imediato. Também não há na Vila Capa­­ne­­ma um auxiliar que conheça tão profundamente o clube e o grupo de jogadores para dizer a Macuglia onde pisar. O cenário é adverso (e às vezes nem quando ele pôde montar o time, como no Náutico do ano passado, o trabalho avançou) e permite projetar que ele conseguirá dar apenas o choque necessário para levar o Tricolor a uma navegação tranquila até o fim do ano; quem sabe, começar a dura missão de montar um elenco que abra 2012 jogando a Segundona estadual, cenário para espantar qualquer jogador mediano. Não deixa de ser um projeto. Mas para quem permitiu ao torcedor sonhar com o acesso, trazer Macuglia agora revela pouca ambição. E acreditar piamente que ele é o cara certo para levar o Tricolor ao acesso denuncia um otimismo exagerado.

Agora que o Paraná contratou um técnico, a diretoria vai atrás de reforços? Sem um camisa 9 confiável (algo que Giancarlo e Her­­nane não têm sido) será im­­possível subir.

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