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Fica no ar a questão. Será que agora vai?

Sofreu a seleção brasileira no primeiro tempo, mas passou bem pelo Equador, fechando em primeiro lugar do grupo. Assim como aconteceu com a Argentina, na segunda-feira, devolvendo a normalidade às coisas da Copa América. Pelo menos em prognósticos de classificação, nada de bola rolada, já que o índice técnico dessa competição é dos mais fracos.

O que fica no ar é a dúvida: será que eles poderiam ir além disso ou é inevitável ceder espaço às firulas e aos toques de mídia, que garantem espaços para as jogadas de efeito? Po­­tencial técnico até que esse time tem, pelo que seus protagonistas apresentam em exibições por suas equipes. Mas é que houve uma mudança de foco tão preocupante nesses últimos tempos que já não se sabe o que mais importa a essa turma: uma vitória expressiva ou um drible desconcertante que renda retorno publicitário.

De minha parte, um otimista incorrigível, até acho que a temporada da seleção brasileira possa ter começado na Copa Amé­­rica – estreou, finalmente. Será que devo me conter?

Longe do coração

O instável relacionamento entre Messi e a torcida argentina dá bem a visão de como são as coisas no futebol de hoje. A exportação em massa dos jogadores de futebol de países, digamos, emergentes faz com que haja uma quebra de vínculo entre as partes. Quando conveniente o astro é considerado argentino. Quando não, um espanhol nascido na Argentina, sem qualquer vínculo sentimental com a terra natal (nem sabe cantar o hino – reclamam alguns).

E olhe que os argentinos não são novatos nessas experiências de dupla nacionalidade. Di Stéfano, que os mais antigos de lá garantem ter sido o melhor de todos, acima de Maradona, também se dividiu entre os dois países. Jogou inclusive na seleção espanhola, onde foi astro maior do Real Madrid. Mas primeiro brilhou no River Plate, quando sua identidade como craque foi construída. Ao contrário de Messi, que os argentinos jamais viram jogar em seu país, por ter ido com 13 anos para o Bar­celona.

Mal comparando somos as­­sim por aqui também. Dentre os atuais convocados, por exemplo, quem já tinha ouvido falar em David Luiz, que fez toda sua carreira lá fora? Isso para não falar em Hulk ou Anselmo, que daí é outra conversa.

Nossas seleções estão cada vez mais distantes de nossos corações. Para o necessário afeto não bastam os gols exibidos pela tevê nas edições das resenhas internacionais. O torcedor precisa ver de perto, sentir de perto, da arquibancada, defendendo seu clube ou o rival. Mas tem de enxergar com seus próprios olhos, com outra dimensão.

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