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Quando se imagina não haver mais desafios a inspirar quem já chegou à seleção brasileira e com ela tornou-se campeão mundial, surge o maior de todos na carreira de Ricardinho. Ou melhor, de Ricardo Pozzi, com nome e sobrenome, que é como se deve tratar um treinador de futebol.

Poderia até jogar mais uma temporada – e propostas para tal não faltaram –, ganhando o bom dinheiro que seu currículo recomenda, reforçando o saldo bancário que já é considerável na bem administrada carreira de um jogador que sempre primou pelo equilíbrio na condução de sua trajetória profissional.

Mas, consciente de suas possibilidades físicas, Ricardinho entendeu não ser interessante macular sua vitoriosa história com momentos finais não tão significativos, como foi o que já se sentiu em 2011, quando sofreu muito com lesões, jogou pouco e nessas raras atuações não conseguiu se aproximar da referência técnica que marcou passagem no futebol brasileiro.

E aí, impulsionado pelo coração tricolor, decidiu voltar a colaborar diretamente com seu Paraná Clube (ele que, por outras vias, ajudava o clube sempre que podia, intermediando patrocínio ou recomendando profissionais), agora como treinador. Como Ri­­cardo Pozzi, iniciante da mesma forma que tantos outros, mas com uma inteligência e uma cultura acima da média do meio, fatores por si só relevantes para um peso positivo no balanço de seu potencial.

Claro que ele sabe com o que está lidando. Um clube desmoralizado, que conseguiu ser rebaixado no campeonato estadual e que hoje luta com dificuldades financeiras para tentar o mínimo de condições possíveis para respirar e encontrar uma saída desse buraco em que se meteu.

E os primeiros resultados positivos já começaram a vir em sua bagagem: o espaço na mídia. Se até ontem o Paraná Clube ocupava um espaço menor no noticiário esportivo, a contratação do ídolo como treinador reabriu os espaços da comunicação, atraindo também as atenções daqueles que poderão vir fazer parte do novo grupo de trabalho. Se o Ricardinho foi, por que não eu também?

Claro que pode não dar certo – como não deu com Saulo Freitas, o maior artilheiro do clube e sem brilho como técnico. É o risco que todos nós corremos quando seduzidos por uma nova atividade. Mas também pode dar certo, como o próprio histórico do Paraná Clube com outros novos treinadores está aí a provar. Afinal de contas, quem eram Cuca, Adilson Batista e Caio Junior antes de passarem pela Vila Capanema?

Que Ricardinho – ou melhor, Ricardo Pozzi – tenha paciência e sabedoria para encarar o novo e inimaginável desafio. E que o clube lhe dê lastro suficiente para tamanha responsabilidade. Porque a torcida, de seu lado, que andava tão amuada, já está por aí de cabeça erguida, feliz da vida com os novos tempos que o retorno do ídolo pode representar.

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